A OPT, empresa que desenvolve a aplicação móvel de transportes Move-me AMP (Área Metropolitana do Porto), mantém o funcionamento da mesma após dois anos do fim do contrato, dizendo ainda que as tentativas de interação têm sido infrutíferas.
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"Temos tentado entrar em contacto com eles, para tentar criar aqui uma extensão do contrato que já tivemos em tempos, para manter o serviço em funcionamento", disse à Lusa Fernando Vieira, diretor executivo da OPT.
Questionado sobre qual a resposta da AMP, Fernando Vieira disse que não tem recebido 'feedback', existindo a vontade da empresa concorrer a um possível "novo concurso" para desenvolver a app.
"Continuamos a suportar o serviço, o custo dos servidores, tudo isso", afirma Fernando Vieira, referindo que desde o fim do contrato (dezembro de 2019, de acordo com o portal Base) "a OPT nunca teve nenhum retorno financeiro dessa aplicação, mas foi mantendo o serviço, achou interessante, acreditava nele e acredita nele".
Porém, apesar da OPT "claramente" não ter "lucro com a aplicação em si", "consegue ter algum retorno desta informação base, porque tem outros serviços que estão associados", como por exemplo os painéis informativos no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, mas isso "não é o suficiente para manter o serviço em si".
"De qualquer das maneiras, continua a ser uma aposta da OPT fazê-lo, e estamos convencidos de que conseguiremos, pelo menos, apresentarmo-nos a um novo concurso para prestar esta informação", refere Fernando Vieira.
Além da app para telemóveis, a AMP tem no seu site uma série de serviços associados à Move-me, da OPT, que, conforme já noticiado pela Lusa, apresentam várias falhas.
Questionado acerca disso, Fernando Vieira afirmou que, "do lado da OPT, a partir do momento em que deixou de haver uma contratualização, deixou de haver uma monitorização" pela empresa "sobre o funcionamento ou não destas componentes".
"Também não tivemos nenhuma solicitação de verificação", referiu, acrescentando que desconhece "o estado desta integração em si" no site, salvaguardando, porém, que "do ponto de vista técnico não foi feita nenhuma intervenção para fazer com que as coisas deixassem de funcionar".
Fernando Vieira disse ainda à Lusa que será lançada uma nova versão da aplicação contendo, na mesma, informação sobre todos os transportes da AMP, ainda que sendo 100% financiada pela empresa, contando com informação em tempo real "da STCP, da Metro do Porto e, atualmente, também, da Espírito Santo", rodoviária gaiense.
O diretor explicou que a atualização dos dados quanto aos restantes operadores é feita pela própria OPT ou através do carregamento de dados das empresas, e sempre que é detetada alguma alteração da informação pública, por exemplo, de horários ou trajetos, a empresa entra em contacto com os operadores.
"Sendo sincero, entramos em contacto, mas nem sempre temos resposta", disse à Lusa.
Quanto à comunicação com a AMP, referiu que há "contactos com os interlocutores" apesar das mudanças políticas resultantes das eleições autárquicas de setembro de 2021, pois "os técnicos da AMP mantêm-se".
A Lusa questionou a AMP acerca destas situações e, novamente, acerca do funcionamento dos seus sites, estando a aguardar resposta.