Uma semana depois de o assunto gerar discórdia, a Empresa Metropolitana de Transportes foi aprovada por unanimidade. Para o presidente do Conselho Metropolitano do Porto, Eduardo Vítor Rodrigues, trata-se de um momento "histórico".
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"Foi um processo longo, que implicou um conjunto diversificado de ações. Faltavam nuances, que tinham a ver com o regime de bilhética. No final, ficamos com os interesses acautelados". Foi assim que o presidente do Conselho Metropolitano do Porto (CMP), Eduardo Vítor Rodrigues, introduziu o tema da aprovação da criação da Empresa Metropolitana de Transportes que, há uma semana, obrigou ao adiamento da reunião ordinária do CMP.
Esta sexta-feira, o também presidente da Câmara de Gaia avisou que o tema não poderia ser mais adiado, até por causa da entrada de funcionamento da Unir, em dezembro. "São precisos instrumentos de acompanhamento e de fiscalização. Julgo que se reuniram todos os interesses para se puder avançar com esta operação. Da minha parte, todas as diligências foram feitas", declarou Eduardo Vítor Rodrigues.
O primeiro e grande sinal de que o desfecho seria diferente veio logo da Câmara do Porto, que, há uma semana, pediu o adiamento da votação, alegando que o Município não teve informação sobre como vai ser gerida a bilhética na empresa.
"Chegamos a um consenso. Julgo que não haverá qualquer problema na votação. Pode parecer que estamos divididos mas o nosso foco é termos uma boa rede de transportes", vincou, desta feita, o vice-presidente da Câmara do Porto, Filipe Araújo.
Seguiu-se o presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis, Joaquim Jorge Ferreira: "Vamos fazer parte do grupo de municípios que aplaudem a criação da Empresa Metropolitana de Transportes, embora tenhamos algumas reservas. Não temos comboio, metro, funiculares ou trotinetes mas temos espírito metropolitano. Somos dos que menos vamos usufruir mas queremos que os transportes sejam um elemento de coesão metropolitana",
"É um passo que damos para a uniformização do sistema de transportes. É algo que nos deve unir a todos", concordou o presidente da Câmara da Póvoa de Varzim, Aires Pereira. "Estou muito otimista com os resultados que poderemos ter ao nível do aumento da mobilidade", acrescentou o presidente da Câmara de Gondomar, Marco Martins.
Nessa altura, o desfecho já era por demais evidente. A Empresa Metropolitana de Transportes acabou aprovada por unanimidade numa reunião em que estiveram ausentes dois dos 17 municípios da Área Metropolitana do Porto (Vila do Conde e Vale de Cambra) mas que, segundo Eduardo Vítor Rodrigues, fizeram-lhe chegar a sua concordância.
"Foi finalmente aprovado um documento histórico", considerou, no final, Eduardo Vítor Rodrigues, sublinhando o seu papel de mediador e agradecendo ao presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, pelo seu "papel decisivo". "O Porto era dos que menos precisava mas envolveu-se para servir de estratégia radial para o resto da Área Metropolitana", destacou o presidente do CMP.
Para ser possível avançar com a constituição propriamente dita da Empresa Metropolitana de Transportes é preciso ainda que seja emitido um visto do Tribunal de Contas, que será solicitado durante a próxima semana.