Empresa metropolitana “é passo de gigante para melhorar transporte público" no Porto
Mais de um ano depois do polémico início da operação da rede Unir, foi agora constituída a empresa metropolitana de transportes do Porto. A escritura da Transportes Metropolitanos do Porto (TMP) foi assinada nesta segunda-feira, dia marcado por alterações nos autocarros da Maia, Trofa e Matosinhos.
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A nova empresa vai gerir a rede de transportes metropolitanos Unir e o sistema de bilhética Andante, e será presidida pelo autarca de Gondomar, Marco Martins, que foi eleito presidente da TMP a 27 de setembro e vai suspender o mandato na Câmara no final deste mês.
Sublinhando a necessidade de "recuperar a confiança das pessoas" na rede Unir, cuja "operação rodoviária correu menos bem no arranque", o presidente da empresa de transportes metropolitanos, que assumirá funções a 1 de fevereiro, terá entre as prioridades colmatar as falhas na comunicação aos utentes.
Dando como exemplo as alterações verificadas nesta segunda-feira, nos três concelhos, e referindo que "quem as comunicou foi o operador", Marco Martins afirmou que, "obviamente, tem de haver algo que regule, e uma cadeia de comando". "Há uma estratégia que tem de ser implementada", vincou o socialista, no final da cerimónia que decorreu na sede da Área Metropolitana do Porto (AMP), referindo a necessidade de "arranjar meios para trabalhar e contratar pessoas".
"Não vale a pena ignorar que a operação da Unir ainda tem problemas e continuará a ter", alertou, por sua vez, o presidente da AMP, Eduardo Vítor Rodrigues, reconhecendo que "nunca haverá uma operação perfeita em termos de transporte público". "Mas tenho a certeza absoluta de que com a empresa metropolitana que hoje é escriturada, damos um passo de gigante para melhorar a resposta de transporte público às populações", afirmou o também autarca de Gaia, convicto de que a constituição da TMP representa "um momento absolutamente único e histórico para a Área Metropolitana do Porto e para a região".
Fim de portagens na A41 para pesados "em breve"
"Fechado o capítulo" da constituição da TMP, Eduardo Vítor Rodrigues lembrou que existem "outros" problemas de mobilidade que têm merecido a atenção da AMP. Como o intenso trânsito automóvel, que "aflige a todos" e para o qual revelou que haverá uma solução a curto prazo, que "o Governo vai apresentar nos próximos dias ou semanas", e que passa pela eliminação das portagens para veículos pesados na CREP (Circular Regional Exterior do Porto, ou A41).
"Teremos, muito em breve, a demonstração do trabalho que temos vindo a fazer com os governos, e em concreto com este Governo, para encontrar definitivamente uma solução integrada para a mobilidade na Área Metropolitana do Porto, e não apenas no seu centro urbano, e que passa por uma reorganização do modelo de circulação utilizando a CREP, nomeadamente para os pesados, e dando uma resposta àquilo que é um problema sério no dia a dia das pessoas nos atravessamentos nomeadamente no eixo Maia, Matosinhos, Porto, Vila Nova de Gaia", adiantou Eduardo Vítor Rodrigues. Para o autarca socialista, a solução representa "um contributo absolutamente determinante para a qualidade da mobilidade", e "passa por olhar para a CREP como um instrumento de mobilidade, sobretudo dos pesados e dos pesados de mercadorias".