Assembleia de credores rejeitou o Plano de Recuperação, tornando agora efetiva a insolvência.
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A Nevermind vai mesmo encerrar. A assembleia de credores rejeitou o Plano de Recuperação para a empresa de Labruge, Vila do Conde, apresentado pela gerente e sócia maioritária, Susana Silva. Agora, com 1,9 milhões de euros de dívidas e sem património, a insolvência é definitiva.
A empresa que cria e promove eventos para crianças e detém as marcas "Love in a Box" (casinhas, parques e mobiliário infantil), "Industry Nevermind" (mobiliário) e "Organic House" (casas modulares) foi fundada em março de 2019. Em três anos, acumulou 1,9 milhões euros de dívidas, a 63 credores, entre eles os trabalhadores (43 mil euros), a Segurança Social (108 mil euros), as Finanças (20 mil euros), o IAPMEI - Agência para a Competitividade e Inovação e a banca (544 mil euros).
Em junho, vários trabalhadores organizaram uma manifestação. Denunciavam falta de pagamento. Susana Silva atribuía a difícil situação financeira à pandemia. A 19 de agosto, o Juízo de Comércio de Santo Tirso declarava a insolvência a pedido de quatro trabalhadores.
Já este mês, o relatório do administrador da insolvência era preocupante: "asfixia económico-financeira", uma dívida gigante para a dimensão da empresa (atualmente com oito funcionários), zero em património (carros e maquinaria têm reservas de propriedade, o armazém é arrendado).
Ainda assim, Susana Silva - que reclama, ela própria, 155 mil euros à Nevermind -acreditava na viabilidade do negócio e, por isso mesmo, apresentou um Plano de Recuperação, no qual garantia ter obras aprovadas no valor de 940 mil euros e 1,1 milhões de euros em fase de negociação.
Agora, os credores votaram contra, tornando efetiva a insolvência da Nevermind, pelo que a empresa será definitivamente encerrada. Os 19 trabalhadores podem, agora, recorrer ao Fundo de Garantia Salarial para receber salários, subsídios de alimentação, férias e Natal e indemnizações em dívida, num máximo de 12.690 euros cada.