
Ricardo Sousa destacou que pretende "chamar a atenção para as necessidades do país real, fora da bolha mediática"
Foto: António Orlando
O empresário Ricardo Sousa, natural de Rebordosa, concelho de Paredes, apresentou, na sexta-feira, num hotel da cidade, a sua candidatura à Presidência da República.
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Militante do Partido Social Democrata (PSD) e antigo vereador da oposição na Câmara Municipal de Paredes, no mandato 2021-2025, Ricardo Sousa afirmou que entra na corrida presidencial com o propósito de "dar voz às preocupações reais das populações", sublinhando que o objetivo da sua candidatura "não é ganhar eleições, mas colocar os temas importantes na agenda nacional".
Durante a apresentação, numa sala bem composta de apoiantes, o candidato destacou que pretende "chamar a atenção para as necessidades do país real, fora da bolha mediática", defendendo a "regionalização" como forma de "resolver três questões fundamentais: a saúde, a educação e a segurança". Para Ricardo Sousa, a criação de regiões administrativas permitiria "dar autonomia às comunidades para decidir e agir em função das suas carências, sem depender do poder central".
O empresário deu vários exemplos de "problemas estruturais" que, no seu entender, "o presidente da República deve sinalizar", apontando o "aeroporto de Lisboa", o "TGV" e o funcionamento das "Unidades Locais de Saúde (ULS)" como casos em que "a falta de visão e de coordenação nacional penaliza o país".
Sobre o novo aeroporto, Ricardo Sousa questionou "a lógica da escolha de Alcochete", defendendo que "soluções alternativas, como Vendas Novas, seriam mais rápidas e económicas", lembrando que "só a desminagem do terreno de Alcochete custa mil milhões de euros". Em relação ao TGV, criticou o traçado previsto, afirmando que "um comboio de alta velocidade que pára em Braga, Porto, Aveiro, Coimbra e Lisboa nunca atingirá a velocidade para ser eficiente. Nunca será um TGV, mas sim um Intercidades. O presidente da República deve chamar à razão os decisores políticos", disse.
No campo da saúde, apontou que as ULS "centralizam ainda mais o sistema, retirando autonomia às regiões e dificultando a gestão de proximidade".
Ricardo Sousa defendeu ainda que é urgente "combater a desertificação do interior", criar condições para fixar população e investir na "habitação", considerando que "a escassez de oferta e os preços elevados estão a estrangular as famílias".
Apesar de ser militante do PSD, o candidato sublinhou que a sua candidatura "não é partidária", afirmando que "as presidenciais são um exercício de cidadania e não de partido". Questionado sobre o apoio da direção nacional, explicou que não o solicitou e que "o mais importante é o debate de ideias e não a máquina partidária".
Ricardo Sousa assegurou que a sua equipa "é composta por pessoas independentes e competentes, vindas de várias áreas profissionais", e que a candidatura prosseguirá "até ao fim", desde que consiga reunir as "assinaturas necessárias" e "manter o foco no essencial: discutir soluções para os problemas do país. Se isso acontecer já valeu a pena", concluiu. Com escassas semanas de trabalho a candidatura de Ricardo Sousa garante que já tem mais de 3 mil assinaturas.
Refira-se, para se candidatar a presidente da República, é necessária a subscrição por um mínimo de 7500 e um máximo de 15 mil cidadãos eleitores. Cada cidadão pode subscrever apenas uma candidatura à Presidência da República.
