Mulher que encontrou criança desaparecida disse que ouviu gritos e gemidos
Foi encontrada esta quarta-feira de manhã a criança que estava desaparecida desde terça-feira à noite na Póvoa de Lanhoso. Estava a cerca de 900 metros da casa.
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Alzira Tinoco foi a mulher que encontrou a criança, cerca das 11 horas da manhã desta quarta-feira. Disse, ao JN, que ouviu gritos e gemidos, tendo pegado em Iuri ao colo.
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Segundo contou, carregou a criança durante cerca de 300 metros, até a entregar a elementos da GNR.
"Há cerca de dez minutos uma senhora residente aqui nas proximidades veio trazer o menor com vida, aqui para a junto da nossa força no terreno", disse o tenente-coronel da GNR Ricardo Lopes, cerca das 11.20 horas desta quarta-feira.
"Aparentemente está bem, contudo estão a ser prestados primeiros socorros", acrescentou, durante uma entrevista que foi interrompida pela chegada de um carro da Polícia Judiciária de Braga.
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Segundo o diretor da Polícia Judiciária de Braga, Gil Carvalho, a criança foi encontrada num campo a cerca de 900 metros de casa.
Gil Carvalho considerou possível a criança ter-se ausentado sozinha. "Vimos o local onde ela esteve ontem com a mãe e disseram-nos que andava muito bem e até corria", o que "indica que podia percorrer a distância".
"Outros cenários estiverem sempre em aberto mas este foi sempre o que nós, das diligências que fizemos junto da família e das irmãs mais novinhas, mas espertas, e que nos indicaram que o portão podia estar aberto e que ela [a criança] aproveitou o momento para sair e caminhar", afirmou Gil Carvalho.
Sustentando que "uma criança criada numa aldeia tem um desenvolvimento motor diferente de uma criança criada na cidade", Gil Carvalho disse que, aparentemente, "a criança foi andando e quando chegou a uma cancela parou", tendo sido encontrada por uma vizinha.
"Não podemos esquecer casos anteriores em que já aconteceu precisamente a mesma coisa. E tudo isto são experiências, conhecimentos que temos que ter em mente", explanou.
O operacional realçou que "foi com imensa satisfação e alegria" que a PJ contribuiu para o desfecho deste caso "ao alertar as pessoas que de madrugada iam para os campos levar o gado" uma vez que "foi uma dessas pessoas que ao levar o gado para o (...) ouviu e localizou a criança a cerca de 900 metros da sua casa".
O menino foi entretanto encaminhado para o Hospital de Braga, para fazer mais exames, apesar de aparentar estar de boa saúde. A mulher que localizou Iuri foi inquirida pela PJ.
O menor residia, com os pais e duas irmãs, na rua de São Sebastião, freguesia de Serzedelo, na Póvoa de Lanhoso.
A criança, que estaria desaparecida desde as 20.30 horas de quarta-feira, estava a ser procurada pelos Bombeiros de Póvoa do Lanhoso, que mobilizou 17 elementos, pela GNR, com cerca de 30 operacionais de várias valências, apoiados por dois cães, e pela Polícia Judiciária.
Esta manhã, o comandante dos Bombeiros da Póvoa de Lanhoso, António Veloso, disse que aos jornalistas que o perímetro das buscas tinha sido alargado de 500 para mil metros. "A nossa esperança é encontrar a criança viva e entregá-la aos pais", dizia, cerca das 9.30 horas da manhã desta quarta-feira.
A família de Iuri estava sinalizada pela Segurança Social de Braga e ainda recentemente duas técnicas da instituição visitaram o casal, que tem mais duas filhas.
O pai da criança, João Manuel Silva, a mãe, Alice Branco, e um amigo da família foram transportados para o posto da GNR da Póvoa de Lanhoso. A habitação foi selada.