Casa do Povo de Tabuado deu pelo desaparecimento de Alzira depois da missa no santuário. Foi encontrada 28 horas depois no Algarve, para onde terá ido num autocarro de outro grupo.
Corpo do artigo
Uma utente da Casa do Povo de Tabuado, em Marco de Canaveses, esteve desaparecida entre o meio-dia de anteontem e as 16.30 horas de ontem. A última vez que foi vista pelo grupo foi na missa das 11 horas, de quarta-feira, no santuário de Fátima. A GNR de Santarém, que coordenou as operações de busca ao longo de mais de 28 horas, suspeita que Alzira terá entrado num autocarro de um grupo de peregrinos do Algarve, onde viria a ser localizada.
Fonte da GNR revelou ao JN que foi comunicado o desaparecimento da utente de Marco de Canaveses às forças e aos serviços de segurança, como é habitual nestes casos. Na sequência disso, às 16.30 horas, um contacto da PSP de Lagos revelou que Alzira, de 55 anos, fora encontrada. “Confrontámos os indícios e vimos que batiam certo”, explica.
A ausência de Alzira entre os utentes que foram a Fátima foi notada depois da missa. Os responsáveis do grupo pediram ajuda ao santuário para tentar localizá-la, mas, apesar das diligências efetuadas pelo serviço de vigilância do recinto, a utente não foi encontrada. Alertada, a GNR mobilizou “10 a 15 guardas” para a procurarem a pé, de carro e de mota, e recorreu às câmaras de videovigilância de Fátima e a drones, ao longo das horas em que se desconhecia o seu paradeiro.
A cunhada, Lurdes Faustino, contou que, em simultâneo, um grupo de pessoas de Marco de Canaveses também esteve a participar nas buscas para a tentarem encontrar, entre as quais a irmã mais velha, que é a sua tutora.
“Irresponsabilidade”
Alzira é uma pessoa com deficiência, que não fala, nem tem perceção do perigo. “É como uma criança. Não pode estar sozinha”, garantiu. “Não terem tomado conta dela é uma irresponsabilidade muito grande”, considerou, acrescentando: “Até porque sabem que não se dá parada muito tempo no mesmo sítio. A instituição tem o dever de conhecer o utente”.
A mesma fonte da GNR considera que o mais provável é Alzira ter percorrido a pé os cerca de 200 metros entre a rotunda norte, onde o grupo se encontrava quando deu por falta dela, e o parque de estacionamento do autocarro. “Deve ter-se desorientado e entrou noutro autocarro. Acontece muitas vezes as pessoas enganarem-se”, assegurou. “E o motorista não a deve ter visto entrar”.
Quando teve conhecimento que a cunhada estava no Algarve, Lurdes Faustino pensou precisamente no mesmo. “Havia lá muitas excursões. Pode ter entrado no autocarro errado”.
O JN contactou diversas vezes a Casa do Povo de Tabuado, sem sucesso.
Pormenores
Falso alarme
A cunhada Lurdes Faustino refere que, por volta das 15 horas, a família foi contactada, sendo informada que Alzira tinha aparecido em Valinhos, Fátima, mas foi falso alarme.
Bem de saúde
Às 17 horas, a Casa do Povo de Tabuado publicou um post no Facebook a dizer que Alzira fora localizada e estava bem. Agradeceu a colaboração dos familiares, colaboradores, amigos, da GNR, Proteção Civil e do padre Hermínio.
Espera no hospital
Para evitar que Alzira voltasse a desaparecer, a PSP conduziu-a ao Hospital de Lagos, até à chegada da família.