Chris Branquinho publicou um livro que mostra como se fazem manobras de reanimação e dá aulas práticas nas escolas.
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Enfermeira, formadora do INEM e docente na Escola Superior de Saúde do Politécnico de Leiria, Chris Branquinho nunca equacionou escrever um livro até ter constatado que os filhos, de apenas 3 e 6 anos, aprenderam a fazer manobras de reanimação. Desde que "Queres ser um herói?" chegou às livrarias em outubro, todas as semanas vai às escolas ler a história infantil e ensinar os alunos a salvarem vidas.
"Desde pequeninos que os meus filhos achavam muita graça aos manequins de treino de suporte básico de vida", conta Chris Branquinho. "Quando os ensinei a fazerem as manobras de reanimação, percebi que, se eles aprenderam, as outras crianças também aprendem", explica. No espaço de um mês, escreveu a história, pediu a uma amiga de infância para a ilustrar e recebeu "luz verde" da editora na semana em que enviou o manuscrito. Assim que "Queres ser um herói" foi colocado à venda nas livrarias, a enfermeira começou a ser contactada por escolas e, dois meses depois, tirou uma licença sem vencimento do Hospital de Santo André, em Leiria, para ensinar as crianças a fazerem manobras de reanimação, na expectativa que ensinem os pais e os avós.
"O conhecimento se não for partilhado não é útil", observa. Depois de ler a história a alunos do Pré-Escolar e do 1.º Ciclo, Chris Branquinho pede-lhes para recordarem o que lhes ensinou e, de seguida, desafia-os a porem em prática o que aprenderam. Mas, antes, têm de verificar se as "pessoas" estão em segurança e se não estão a respirar. Se assim for, devem ligar para o 112 e, só depois, fazer compressões no peito, com as mãos entrelaçadas, até chegar a ambulância.
Certa de estar a prestar um serviço público, garante que, se as pessoas não souberem como agir, os profissionais de saúde não fazem milagres. "Só podemos ficar sem oxigénio no cérebro três ou quatro minutos e as ambulâncias demoram mais tempo a chegar", recorda. Mestre em Competências em suporte básico de vida nas comunidades escolares: uma perspetiva de cidadania, quer tirar um doutoramento para ver como foi a evolução nesta área nos últimos 11 anos.