Os enfermeiros do Centro Hospitalar Tondela-Viseu entregaram esta segunda-feira um abaixo-assinado com mais de 500 subscritores ao Conselho de Administração daquela unidade. Depois de duas greves realizadas em fevereiro, o próximo passo pode ser uma ação em tribunal.
Corpo do artigo
Um abaixo-assinado subscrito por mais de meio milhar de enfermeiros foi ontem entregue ao Conselho de Administração do Centro Hospitalar Tondela-Viseu (CHTV). "Foram 534 assinaturas recolhidas apenas durante uma semana", realçou, esta segunda-feira, Alfredo Gomes, representante do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses na região Centro.
O abaixo-assinado foi entregue em mãos ao Conselho de Administração e seguiu via correio para a o ministério tutelado por Manuel Pizarro.
Alfredo Gomes adiantou que esta foi mais uma forma de "pressionar" o Ministério da Saúde: "Temos um pedido de reunião, desde janeiro, ao ministro que teima em não nos responder".
O SEP acusa o Conselho de Administração do CHTV de ser "intolerante" e "conservador" por não resolver os problemas da classe que só em fevereiro aderiu a duas greves e duas concentrações à porta da unidade hospitalar.
O tempo dos vínculos precários é para contar. Viseu não está a fazê-lo
"Há uma série de conselhos de administração que já tomaram uma posição", lembrou o sindicato, dando como exemplo, a ULS da Guarda, a ULS do Nordeste, em Bragança e o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte. "Até na Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro, está quase tudo resolvido, à exceção do Hospital de Viseu".
Quanto às reivindicações, Alfredo Gomes disse que o sindicato quer "justiça em relação ao tempo de serviço dos enfermeiros a vínculo precário". "O tempo dos vínculos precários é para contar. Viseu não está a fazê-lo", lembrou.
Temos a questão dos enfermeiros que iniciaram no segundo semestre do ano civil, em que o Hospital só conta pontos naquele ano se iniciarem no primeiro semestre", acrescentou. Os enfermeiros exigem, ainda, a contabilização do tempo de serviço, nomeadamente os retroativos em falta desde 2018, e a contratação "urgente" de mais profissionais.
Para o sindicalista, o fim de linha é "uma ação em tribunal". "Se for caso disso, iremos para tribunal para que se aplique a lei. Mas há muitas questões que se prendem com vontade política", referiu.