O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) denunciou, esta quinta-feira, a falta de meios humanos e de condições dignas de trabalho no Hospital Nossa Senhora da Assunção, em Seia.
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O hospital está integrado na Unidade Local de Saúde da Guarda (ULSG), a quem o SEP já fez chegar estas preocupações que, além de afetarem o desempenho dos profissionais de saúde, afetam a população que esta unidade serve - Seia, Gouveia, Fornos de Algodres e Oliveira do Hospital -, este último já no distrito de Coimbra.
O SEP afirma que é fundamental “o reforço dos recursos humanos”, além “da manutenção e criação de condições de trabalho e salubridade dignas para os profissionais de saúde e, sobretudo, para os utentes”.
Apesar do novo edifício desta unidade de saúde ter aberto portas em 2009, Alfredo Gomes, coordenador da direção regional da Beira Alta do SEP, lamenta que o projeto não tenha incluído a climatização, mas estranha ainda mais que, ao longo destes anos, não se tenha feito nada para alterar a situação. Uma falha que no rigor do inverno se nota, mas ainda mais quando as temperaturas sobem demasiado, como tem acontecido nos últimos verões, “o que potencia a proliferação de infeções”. A falta de climatização é mais notada “no internamento, sobretudo na unidade de cuidados paliativos, sendo mais preocupante atendendo às características dos doentes ali internados, podem ver agravada a sua situação”.
Este problema da falta de climatização, garantem os sindicalistas, “todos os anos se repete”, mas “tardam as respostas”, apesar de considerarem o Hospital Nossa Senhora da Assunção uma unidade “muito importante podendo, com o reforço de investimento, assumir-se como motor de oferta com qualidade e segurança”, reiterando que as instalações e equipamentos “deveriam ser alvo de uma maior rentabilização, para evitar gastos desnecessários dos recursos públicos com o privado”.
O SEP vai reiterar junto da ULSG a exigência de esta “acautelar, no orçamento para 2026, a climatização nos edifícios onde este problema está mais grave”.
A preocupação da climatização estende-se também ao Pavilhão 1 do Hospital Sousa Martins, na Guarda, onde também os enfermeiros afirmam precisar de intervenção.
Refira-se que o Hospital de Nossa Senhora da Assunção, em Seia, foi criado em 1992, sendo um “hospital distrital de nível 1”. O novo edifício (2009) acolhe as valências médico-cirúrgicas, o Serviço de Urgência Básico e as unidades de Cuidados Continuados, Imagiologia, Medicina Física e de Reabilitação e Farmácia.
O JN pediu alguns esclarecimentos sobre estas exigências do SEP, mas o conselho de administração da ULS da Guarda avançou que não vai comentar quaisquer declarações.