O Sindicato dos Enfermeiros (SE) reuniu nesta terça-feira com vários profissionais do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ) que apresentaram alguns problemas nomeadamente a utilização ilegal da bolsa de horas, o não pagamento de subsídio covid-19 e o excesso de trabalho, muito devido à falta de novas contratações.
Corpo do artigo
"Temos enfermeiros que, por exemplo, fazem mais de 200 horas por mês. É extremamente excessivo até porque estamos a falar de área vitais, nomeadamente, cuidados intensivos, muito exigentes. É impensável quando temos enfermeiros a trabalhar 12 ou 14 horas por dia e com escasso descanso", afirma Pedro Costa, presidente do SE.
Em resultado dessa "utilização ilegal do Banco de Horas" o absentismo é elevado. "Para um normal funcionamento será necessário reforçar as equipas, temos absentismo, pessoas de baixa e, se não estiverem salvaguardados serviços em áreas vitais, como os cuidados intensivos ou a urgência, podemos vir a ter momentos de rutura", acrescentou o sindicalista.
Bárbara Fernandes foi uma das enfermeiras do CHUSJ que esteve no sindicato no Porto a dar conta da "sobrecarga nas urgências" que se vive naquele hospital. "Continuamos a contar com a habilidade cirúrgica dos nossos enfermeiros chefes e com o trabalho heróico dos profissionais", salienta Bárbara Fernandes.
Entretanto, o SE vai "interpelar" o Conselho de Administração do São João e "pedir uma reunião para encontrar soluções para os problemas numa altura em que os enfermeiros são extremamente necessários".
Relativamente às acusações do excesso de carga de trabalho e horas não pagas durante o combate à pandemia, fonte do Hospital de São João salientou que "todo o trabalho extraordinário está a ser pago nos moldes legais, sem atrasos. Não possuímos reclamações dos profissionais nesse âmbito". Aliás, prosseguiu, "por vezes, existem profissionais que pensam ter direito ao mesmo e reclamam. O pedido é analisado de forma rigorosa. Em geral, acontece que não cumprem os termos da lei, algo que desconhecem, mas são devidamente informados das razões".