Ambientalistas vão interpor providência cautelar ainda este mês para impedir projeto na Quinta dos Ingleses, em Carcavelos, Cascais, que visa a construção de 850 apartamentos em edifícios de nove andares, zonas comerciais e hotéis.
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Três dezenas de ativistas da associação SOS Quinta dos Ingleses e do movimento Alvorada da Floresta concentraram-se, ontem, em frente ao Parlamento, em Lisboa, e entregaram uma petição com 8288 assinaturas para travar a construção de um condomínio de luxo num dos maiores espaços verdes de Cascais. Com o mesmo objetivo, a SOS Quinta dos Ingleses vai interpôr uma providência cautelar. O terreno já está vedado e as obras deverão começar em junho.
Os ambientalistas querem que a construtora Alves Ribeiro e a Câmara de Cascais desistam do “projeto megalómano” previsto para a Quinta dos Ingleses, de 850 apartamentos em edifícios de nove andares, zonas comerciais e hotéis.
“Entregámos a petição que vai ser encaminhada à Comissão da Assembleia da República. Vários partidos já manifestaram apoio à causa e vai haver diferentes iniciativas parlamentares”, diz ao JN a primeira subscritora da petição, Silvie Lai, que considera que “há uma forte movimentação” para impedir o projeto.
Bosque centenário ameaçado
A petição “Pela Proteção da Mata da Quinta dos Ingleses” foi lançada em agosto de 2023 e, ontem, contabilizava 8345 assinaturas online. Segundo o documento, a mata da Quinta dos Ingleses “precisa de ser protegida, porque dela depende o ecossistema da praia de Carcavelos, o bem-estar e a segurança da população” que vive na orla costeira, ameaçada por um projeto que reduzirá “para oito hectares o bosque centenário”.
O vice-presidente da associação SOS Quinta dos Ingleses, Pedro Jordão, avançou ao JN que vão ainda interpor uma providência cautelar até ao final do mês. “A construtora disse às pessoas que estão lá a viver em tendas que terão de sair até ao dia 31 de maio, por isso presumimos que tenham intenção de começar as obras no início do junho e queremos evitá-lo, sobretudo para que as árvores não sejam destruídas”, explicou, acrescentando que “já se começa a verificar erosão junto à costa, que poderá agravar-se”