Enzo, de quatro anos, tem um problema genético grave que obriga a tratamentos intensivos que custam dois mil euros por mês. Os pais, de Matosinhos, enfrentam dificuldades para suportar os pagamentos e pedem ajuda.
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A alegria sem fim, o sorriso cativante e a vivacidade dos olhos meigos cor de amêndoa do pequeno Enzo não deixam adivinhar a dura batalha que o menino trava desde que nasceu.
Só ao notar a descoordenação motora e a falha muscular que não o deixam andar, e ao ouvir as poucas palavras que pronuncia com dificuldade para os quatro anos e meio que tem de vida é que se percebe a gravidade do diagnóstico que, no verão de 2022, tirou o chão a Alexandre e a Cláudia Mendes: uma desordem genética muito rara – a síndrome SOX2, fruto de uma mutação neste gene –, obriga Enzo a fazer terapias intensivas e demasiado dispendiosas para o orçamento familiar.
“Gastamos dois mil euros por mês só em terapias e na escola”, contabiliza Alexandre, que soma, ainda, os ciclos intensivos de um mês que o filho faz de meio em meio ano – cada um é um encargo de perto de quatro mil euros para a família de Matosinhos.
Para ajudar a pagar os tratamentos, o pai criou uma associação e um boneco inspirado em Enzo, e tem tentado sensibilizar as maiores empresas retalhistas do país para vendê-lo nos hipermercados. Alheio à aflição dos pais, o pequeno sorri uma e outra vez e estende o braço a pedir para se ver nos vídeos das sessões de terapias gravados no telemóvel. Satisfeito, continua a esbanjar simpatia e desafia para brincadeiras.
Erguido e amparado pela mãe – Cláudia teve de deixar de trabalhar para acompanhar o filho –, as pernas cedem ao peso do corpo e os pés não têm firmeza para se fincarem no chão. Ainda assim, Enzo não desiste. Nem os pais, que, logo após o diagnóstico que os deixou “à toa, perdidos e sem saber o que fazer”, rumaram à Bélgica para ouvir a opinião de um geneticista. “A situação é muito grave, porque se ele não se trata, vai ter uma vida muito limitada”, preocupam-se.
Corrida contra o tempo
Os problemas musculares afetam, inclusive, a mastigação e a deglutição, pelo que Enzo não consegue sequer ingerir água líquida, sendo necessário recorrer a espessantes de forma a evitar que o líquido se aloje nos pulmões. Para tentar reverter ou melhorar este quadro clínico, foi indicada terapia intensiva, a qual o menino faz três vezes por semana e não diariamente “porque não há dinheiro que aguente”, lamentam os pais.
Ao verem que Enzo “teve uma evolução muito grande”, Alexandre e Cláudia querem agora levá-lo a uma clínica em Cuba, o que exige cerca de 20 mil euros, numa primeira fase. É uma corrida contra o tempo: “Foi-nos explicado que, até aos seis anos de idade, a musculatura e a ossatura ainda não são rijas e, por isso, o Enzo tem uma necessidade urgente de fazer agora estas terapias. Ele tem um ano para lutar com tudo. Mas como vamos a Cuba sem dinheiro?”.
Pormenores
Vários problemas
A distonia, caraterizada por contrações musculares involuntárias e espasmos, e a hipotonia, causada pela falta de tónus muscular, são dois dos sintomas que atingiram o menino, além de uma paralisia cerebral.
Criaram associação
A família criou a Associação Enzo Mendes, em Matosinhos. Além de eventos, o objetivo é criar artigos, como o boneco, para vender e angariar verbas.
Donativos
Quem quiser ajudar pode fazer donativos para a Associação Enzo Mendes, cujo NIB da conta bancária é 0018 0003 6149 5107 0201 0, para a Associação JN Solidário, cujo NIB é 0033 0000 4551 4446 1190 5, ou por MBWay, para o 933 378 379 ou 932 177 460.