Emergência Médica, médicos e enfermeiros fazem 72 horas de serviço para assegurar turnos.
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Quando, em 2005, o antigo ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira, apadrinhou o protocolo entre o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) que cedeu a viatura, e o Hospital Distrital de Castelo Branco, que disponibilizou instalações, ninguém imaginava que a equipa ficasse até hoje nos dois contentores improvisados para a função. Havia já equipamentos idênticos em Vila Franca de Xira, entretanto replicados em cidades do interior, como na Covilhã por exemplo, mas sempre na perspetiva de, no futuro, as unidades de saúde alocarem outro espaço ao serviço.
"Logo na altura se entendeu que seria uma situação provisória porque naquele momento só se pensava em agilizar a emergência médica e reanimação móvel", disse ao JN um elemento da equipa que preferiu não ser identificado. Já o diretor da VMER em causa, João Frederico, lamentou que os políticos "façam como as abelhas que vão a todas as colmeias", interior do país incluído, sem que o problema seja resolvido. "Estamos naquela situação do definitivamente provisório", ironizou o médico intensivista.
Viatura na rua
Os contentores marítimos em causa têm dois quartos com casa de banho, sala operacional e um armazém para acondicionamento de material diverso, mas a viatura fica na rua. "Era importante, para defesa do carro e do material sujeitos às altas temperaturas no verão e ao gelo de inverno, que houvesse uma garagem ou um espaço onde pudesse ficar resguardada", especificou a mesma fonte, acrescentando que os pedidos dirigidos à unidade hospitalar naquele sentido nunca foram atendidos.
Confrontada com a situação, a Direção do INEM respondeu que "as instalações são da Unidade Local de Saúde e, como tal, " a sua gestão é feita exclusivamente por aquela entidade". Instituição que, a pedido do JN, respondeu que "as novas instalações já estão inscritas no plano diretor". Só não disse de que ano. Regra geral, com 19 enfermeiros e 14 médicos associados, a viatura de emergência médica de Castelo Branco tem as escalas asseguradas e, frequentemente auxilia concelhos como o da Covilhã quando já está ocupada ou em turnos em que está inoperacional por falta de profissionais de saúde.
Grandes distâncias
É a lógica da complementaridade de que o INEM falou ao JN. Dados recolhidos pelo "Jornal de Notícias" indicam que, por norma, há três saídas por turno e, não raras vezes, para fazer grandes distâncias. Covilhã, Guarda e Sabugal estão na rota. A questão, refere outra fonte hospitalar, é que a equipa da VMER de Castelo Branco é maioritariamente constituída por pessoas do quadro hospitalar e, para não deixarem a escala da emergência médica deserta chegam a fazer 72 horas seguidas", explicou.
O Conselho de Administração da Unidade local de Saúde de Castelo Branco garantiu que a situação descrita não corresponde à realidade, mas foi desmentida pelo diretor da VMER. " Se assim não fosse, como seria? A escala ficava deserta, como outras ficam", evidenciou João Frederico.
Autarca preocupado
O presidente da Câmara Municipal da Guarda, Sérgio Costa, diz-se preocupado com as paragens no funcionamento da VMER local e disse esperar que o problema seja resolvido "de uma vez por todas".
14 médicos
Com 19 enfermeiros fazem as escalas da VMER de Castelo Branco. Frequentemente, esta equipa auxilia concelhos como a Covilhã.