"Vencer o medo, ir atrás do desconhecido" e escalar os pontos mais altos do Mundo era "uma vontade antiga" que Humberto Martins ia deixando sempre para depois. Até que o "impacto grande da pandemia" e a doença de um familiar o levaram a realinhar prioridades e a adotar "outra perspetiva de vida". Ao escalar montanhas, alia a aventura à vertente solidária, ao vender cada metro a favor de uma associação.
Corpo do artigo
"Não vale a pena termos uma vida tão formatada. Somos carneirinhos, todos a tentar pertencer à tribo, e acho que isso é um erro. Importantíssimo é que a gente goze a vida enquanto pode e siga os sonhos sem medos, mesmo que eles nos custem caro", diz este tirsense, que em 2022 atingiu o topo do Kilimanjaro, em África, e no início deste ano chegou ao Aconcágua, na Argentina. Entretanto, espera conseguir ir ao Elbrus, na Europa, e tem o Evereste no horizonte para o próximo ano.
"Ir atrás dos sonhos"
Inicialmente, a ideia era subir ao Monte Branco, nos Alpes, mas a viagem foi sendo cancelada, durante a pandemia, e Humberto Martins procurou alternativas para poder ir atrás desta "paixão antiga", mas até aqui nunca vivida, de escalar montanhas. Já com outras hipóteses em cima da mesa, este aventureiro de 51 anos ampliou o objetivo e lançou o projeto 7Cumes - Humberto Martins, propondo-se alcançar a montanha mais alta de cada continente no prazo de cinco anos.
Além de um sonho, o desafio é uma superação pessoal, pois o empresário tirsense debate-se com um problema de vertigens, que tem de ultrapassar para atingir cada cume. "Sempre achei que o medo não nos deixa viver. Se não enfrentarmos os nossos medos, estamos mal, porque estamos sempre aquém de perceber o que há após; nunca vamos em frente", diz o produtor de eventos, que alia ao projeto uma faceta solidária, ao colocar à venda cada metro que caminha ou escala, a favor de uma associação, "preferencialmente de Santo Tirso". Quando escalou o Aconcágua, por exemplo, doou a verba angariada à CAID - Cooperativa de Apoio à Integração do Deficiente.
"Nunca é tarde para realizarmos os nossos sonhos, e acho que a melhor herança que deixo à minha filha são estes valores, de acreditar e ir atrás dos sonhos", afirma.