Nas torneiras da escola primária de Meixedo, análises feitas à água indicaram quantidades de arsénico elevadas. Quase cinco vezes mais do que o normal. A Câmara diz que o problema está resolvido. A junta ainda não sabe.
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Análises físico-químicas à água que brota das torneiras da escola do primeiro ciclo de Meixedo, uma aldeia da freguesia de Salzedas, Tarouca, detectaram elevados níveis de arsénico. Quase cinco vezes mais do que os valores paramétricos considerados normais em Portugal.
O resultado das análises, que esteve afixado no Centro de Saúde da sede concelho, desde segunda-feira, apurou um índice de arsénico de 49,8 miligramas. O valor normal, segundo directivas da União Europeia, é 10.
A água das torneiras da escola de Meixedo é a mesma da rede domiciliária.
O presidente da Câmara de Tarouca, Mário Caetano Ferreira, confirmou ao Jornal de Notícias o valor alto de arsénico na água, mas adiantou que o problema foi logo resolvido, após a autarquia adquirir um "aparelho que controla e faz a dosagem de produtos que tratam e anulam a presença do arsénico".
"A água de Meixedo está em perfeitas condições. É potável e, como tal, pode ser consumida", garantiu ontem o autarca.
O presidente da Junta de Freguesia de Salzedas, António Pinto, sabe que a Câmara "tem acompanhado o problema", mas ontem, confrontado pelo Jornal de Notícias, ainda desconhecia que a presença de arsénico na água tinha já eliminada pelos serviços técnicos da autarquia, como adiantara ao JN o autarca-presidente Mário Ferreira. "Vou saber como está isso, ligue-me para a semana", desabafou o autarca de Salzedas.
O delegado Saúde de Tarouca, Fernando Seabra, confirma que o problema "teoricamente está resolvido", porque "a Câmara comprou o tal aparelho que eliminou o arsénico. Mas vamos fazer novas análises".
Para o responsável sanitário, o índice de arsénico que a análise acusou "não é perigoso, porque para a Organização Mundial de Saúde os valores normais vão até 50". Admite porém que, tendo em conta o índice diferente adoptado por Portugal, "o valor acusado em Meixedo, foi ultrapassado".
O aparecimento do arsénico "é normal em regiões onde a pedra de xisto predomina, como é o caso da aldeia de Meixedo", esclareceu o presidente da Câmara de Tarouca, sublinhando que "o importante é combatê-lo, e isso nós sempre o fizemos", lembra, acrescentando que a autarquia tem investido muito no controle e monitorização das águas do concelho.