O presidente do Agrupamento de Escolas Emídio Garcia de Bragança, Eduardo Santos, admitiu, esta quarta-feira, que poderá ter de adiar o pagamento da fatura do aquecimento no final de janeiro por falta de orçamento.
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A situação "não é nova", adiantou à Lusa o responsável, que explicou já ter sido obrigado, no início de 2013, a negociar o adiamento do pagamento das faturas do gás por as transferências financeiras do Ministério da Educação chegarem em duodécimos, que nos primeiros meses do ano são canalizados na quase totalidade para luz e gás.
O aquecimento absorve, entre novembro e março, "98%" do orçamento nas duas principais escolas do agrupamento, a secundária Emídio Garcia e a básica Paulo Quintela, com 1350 alunos numa das cidades mais frias do país.
Eduardo Santos adiantou que o duodécimo de janeiro só chegará no dia 23 e "não vai chegar quase de certeza absoluta para pagar o normal funcionamento" dos estabelecimentos porque será o mesmo valor, cerca de 17 mil euros, que o pago em janeiro de 2013.
Com os aumentos da eletricidade e do gás no início de 2014, o presidente do agrupamento antecipa uma situação "complicada" e a necessidade de pedir a dilatação dos prazos de pagamentos aos fornecedores.
"Já no ano passado no mês de janeiro tivemos que pedir o adiamento de pagamentos, é claro que depois estamos sujeitos a juros", indicou.
As obras da Parque Escolar duplicaram a área da principal escola de Bragança, a Emídio Garcia, e aos aumentos dos preços soma-se ainda o aumento o corte previsto no orçamento do Ministério da Educação de 25%.
O presidente do agrupamento ainda tem esperança que não venha a refletir-se no orçamento da escola. "De certeza absoluta que ficamos aflitos", enfatizou.
Só no final de janeiro, início de fevereiro é que as escolas costumam apresentar ao Ministério da Educação as propostas de orçamento para o ano em curso.
O início do ano é sempre "complicado" para estas escolas e mais ainda desde 2013, ano em que deixaram de ter um orçamento de acordo com a inflação e a possibilidade de pedir o adiantamento do segundo duodécimo que ia sendo amortizado nos meses seguintes.
Segundo o dirigente, no caso de Bragança, a partir do "quarto duodécimo, a situação ficava regularizada" e os orçamentos aliviados sem a fatura do aquecimento.