O concurso Escolíadas juntou 19 escolas da região Centro, que prepararam provas de teatro, música, dança, artes plásticas e claques. A finalíssima acontece esta quarta-feira à noite.
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As escolíadas, o concurso que, nesta 33ª edição, colocou frente a frente 19 escolas dos distritos de Aveiro, Coimbra e Viseu com provas de teatro, música/dança, artes plásticas e claques, é, acima de tudo, “um desafio”. Um que ajuda alunos a desenvolver competências fora da sala de aula e alcançar a verdadeira vitória, ainda antes de subirem ao palco. A finalíssima decorre esta quarta-feira, pelas 21.30 horas, no Multiusos de Febres, Cantanhede, mas nas últimas semanas as eliminatórias já permitiram a centenas de jovens mostrarem o seu valor.
“As Escolíadas é desafiarmo-nos cada vez mais. Forma-se uma união, uma energia fantástica, abre horizontes. Eu não sabia que sabia atuar e estou a faze-lo, que era capaz de preparar um espetáculo destes, de organizar uma escola inteira”, conta Fabiana Sargaço, uma aluna de 17 anos da Secundária Lima-de-Faria, de Cantanhede, minutos antes de subir ao palco, na noite de sexta-feira, no Centro de Artes de Águeda. “Mudou a forma como vejo o mundo do espetáculo e das artes e fez-me ver a mim de outra forma, mais confiante”, acrescenta, antes de deixar um conselho a quem participa: “Primeiro divirtam-se e depois pensem em ganhar”.
Não é a única a vencer ainda antes da competição. Bárbara Carvalho, 18 anos, da Secundária D. Dinis, de Coimbra, revela que com a preparação das provas aprendeu a “lidar melhor com as pessoas. Convivemos com opiniões diversas que temos de saber aceitar”. Os ensaios, que os alunos têm de conciliar com aulas e testes, são “stressantes”, mas o resultado é um “orgulho”.
Alunos “comandam”
E foi isso mesmo que Gil Santos,17 anos, apresentador da equipa da Escola Técnico Profissional de Cantanhede disse à centena e meia de alunos que participaram nas provas, ao júri e ao público que encheu a sala de espetáculos: “Fizemos o melhor que pudemos e orgulhámo-nos do que conquistamos neste percurso”.
É “fácil envolver os alunos” no concurso, conta Paula Martins, professora da Lima-de-Faria. E, depois, são eles que “comandam”, que decidem o que apresentar e prepararam as provas, diz a professora Margarida Carrington, da D. Dinis. “São as ideias deles, eles desafiam-nos”, corrobora a professora Ana Fontes, da Escola Técnico Profissional de Cantanhede, explicando que os jovens trabalham durante meses. “Eles redescobrem-se, é um espaço de libertação, ganham competências”.
A ideia surgiu em 1988 e materializou-se alguns anos depois. O mentor, Cláudio Pires, quis aproveitar o facto de ter um palco disponível na discoteca que geria para que outros pudessem viver a mesma experiência de educação não formal que ele teve quando preparou um espetáculo no secundário. “Mudou-me. Fez-me ter outra visão da escola”, reconhece.
Cláudio Pires começou a percorrer estabelecimentos de ensino e o evento foi crescendo, sem perder a "proximidade". Este ano inscreveram-se 19 escolas dos distritos de Aveiro, Coimbra e Viseu. A finalíssima da 33ª edição Escolíadas Glicínias Plaza está agendada para esta quarta-feira à noite, no Pavilhão Multiusos de Febres, no Município de Cantanhede.