Um incêndio rural alastrou, esta terça-feira, ao antigo parque "Beja Aquática", localizado na aldeia de Nossa Senhora das Neves, a cinco quilómetros da sede de concelho.
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Por razões que se desconhecem, o fogo começou num pasto contíguo e, face à força do vento, as chamas alastraram a alguns tubos plásticos ressequidos, destruindo parte da infraestrutura abandonada desde 1992.
O alerta para o incêndio foi dado cerca das 14.30 horas e para o local foram mobilizados 24 operacionais dos bombeiros de Beja e da GNR, apoiados por 24 viaturas. A Estrada Nacional 260, que liga a Serpa/Espanha, esteve fechada ao trânsito automóvel durante vários minutos, já que o parque fica localizado junto àquela via rodoviária.
O Parque "Beja Aquática", com cerca de 15.000 metros quadrados, três piscinas e um escorrega, foi construído pelo empresário algarvio ligado à construção civil Francisco Contreiras e inaugurado em maio de 1989. No entanto, três anos depois encerrou de forma definitiva por falta de clientes.
Em abril de 2014, numa das dependências do parque - segundo populares utilizado por jovens conotados com o consumo de estupefacientes - deflagrou um incêndio.
Em novembro de 2018, o JN revelou que o antigo parque aquático estava a servir de abrigo a imigrantes, na sua maioria romenos, que estavam na região para mais uma apanha de azeitona.
Estes cidadãos usavam a antiga cafetaria como dormitório. A intervenção da GNR levou a que os indivíduos abandonassem o local.
Autarcas atentos
Há cerca de 12 anos, o então presidente da Junta de Freguesia, Francisco Pardal, reuniu com o proprietário do imóvel para se encontrar uma solução para o espaço. Contudo, o encontro não surtiu qualquer efeito.
Face à ocupação do local pelos cidadãos romenos, o presidente da Junta de Freguesia, Jorge Mata, alertou a Câmara Municipal de Beja. Paulo Arsénio, o presidente da autarquia, chegou à fala com o proprietário, no sentido de o local ser vedado, mas sem efeito.
Na altura, o edil bejense revelou que os técnicos da autarquia "fizeram uma vistoria ao espaço e concluíram que existia falta de segurança", acrescentando que o contacto com o proprietário visava que o mesmo "fosse entaipado, vedado ou demolido", justificando que a autarquia não colocava de parte "a posse administrativa do parque", situação que agora se volta a colocar.