Duas semanas após ter sido inaugurada, a peça escultórica da autoria do artista plástico e pintor Pedro Cabrita Reis, instalada junto ao Farol da Boa Nova, em Leça da Palmeira, Matosinhos, surgiu este domingo de manhã vandalizada. A escultura custou 250 mil euros (mais IVA, de 57 mil euros).
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"Ladrões", "Os nossos impostos 300 mil euros" e "CMM Vergonha" são escritos feitos a negro nas vigas metálicas brancas que estão no solo. O conjunto escultório foi inaugurado no passado dia 15 pela presidente da Câmara de Matosinhos, Luísa Salgueiro. Denominada "A Linha do Mar", a peça é composta por vigas de ferro apresentando, na opinião do município, "uma nova perspetiva sobre a linha de horizonte do mar e sugerindo diversas interpretações através da forma e geometria e da sua sobreposição com o oceano".
Controvérsia
No total, são cinco grupos de vigas, tendo sido o objetivo enquadrar a paisagem "num esquema de linhas verticais de dimensões variáveis dispostas sobre uma base horizontal ao longo de 40 metros da marginal desenhada pelo arquiteto Álvaro Siza Vieira". O investimento na peça tem motivado alguma controvérsia, designadamente nas redes sociais.
Na sua página do Facebook, numa publicação sobre o ato de vandalismo, Luísa Salgueiro escreve que "o investimento na cultura está longe de ser consensual e é perfeitamente respeitável que as pessoas tenham a opinião de que esta não seja uma responsabilidade do Estado, privando o seu acesso à classe média e baixa".
Contudo, para a autarca, "existem diversas formas legais, democráticas e menos lesivas do nosso património comum para evidenciar essa opinião". "A política cultural é determinante para combater a intolerância", porque "a diversidade de opiniões, a discussão de ideias antagónicas e a tolerância terão sempre lugar em Matosinhos", referiu.