Os anos de abandono do antigo outlet de Grijó parecem estar a chegar ao fim. Um novo Espaço do Cidadão é inaugurado no próximo mês e será aberto concurso para a construção de novos acessos da A1 ao centro comercial. O anúncio confirmado ao JN pela Autarquia vai ao encontro das principais reivindicações dos lojistas que ainda resistem à segunda vida do outlet de Grijó.
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Com capacidade para 89 lojas, o centro comercial reabriu há três anos com menos de 20 espaços. Hoje, são apenas 13. "As marcas não querem vir para aqui porque isto tem má fama", explica Rui Bessa, da Stock Offers, comparando o Espaço Mais Grijó com o centro comercial de Vila do Conde. "O outlet do Mindelo começou a morrer e arranjaram uma solução. Aqui não, deixaram morrer. Esteve fechado e quando abriu prometeram mundos e fundos".
Fátima Pereira, funcionária da Cafetaria Atlantic, no rebatizado Espaço Mais Grijó/Shopping Business Center, confirma o estado agonizante do centro comercial. "Há alturas em que não temos clientes e a partir das 19 horas acabou".
A agência de viagens Valentour está numa das pontas do único bloco que atualmente tem lojas. As esperanças com que Inês Alves acompanhou a reabertura do espaço, há três anos, estão ainda por cumprir. "As expectativas que tínhamos eram muitas. Já estamos aqui há dois anos e é isto. O andamento é sempre igual. Davam garantias de que iam abrir um súper ou hipermercado... Nunca aconteceu", lamenta.
Críticas que são desvalorizadas pela administração do Espaço Mais Grijó. "A rotação de operadores é uma realidade em vários espaços comerciais e de escritórios. A administração tem apoiado os comerciantes e operadores locais que escolheram o espaço para aí instalar os seus negócios", explica a GBN Real Estate, entidade do Novo Banco, responsável pela gestão do outlet.
Serviços concentrados
Anunciado já há três anos, o Espaço do Cidadão abre em março e alimenta agora a expectativa de funcionar como polo dinamizador do Espaço mais Grijó. "Iremos concentrar todos os serviços num espaço com 500 m2", explica César Rodrigues, presidente da União de Freguesias de Grijó e Sermonde. O acordo celebrado com a Câmara de Gaia, com um custo de 200 mil euros, prevê ainda a abertura, também no próximo mês, de gabinetes de Ação Social e de Inserção Profissional, de serviços de enfermagem, administrativos e camarários, além de salas de Formação.
Segundo explicou a Autarquia ao JN, a construção de acessibilidades, apontadas pelos lojistas como uma das principais lacunas do espaço, encontra-se em resolução. "Há um estudo e um anteprojeto aprovados pela Brisa e, neste momento, está a ser preparado o lançamento do concurso para a execução da obra". Será construída uma saída no sentido sul/norte da A1 e uma entrada no sentido norte/sul. Estarão concluídas dentro de dois anos.
Confirmada está também a construção de um polo cultural com um auditório para 250 lugares, o primeiro "espaço polivalente" da União de Grijó e Sermonde.