Há três anos que as obras de inserção urbana junto à estação de metro do Póvoa de Varzim deviam estar concluídas. Contudo, o prometido parque para 300 viaturas continua por fazer e os acessos na envolvente da Linha Vermelha também não saíram do papel.
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O presidente da Câmara da Póvoa, Macedo Vieira, teme mesmo que a Metro do Porto não avance com as obras, por causa dos anunciados cortes no investimento público.
"Tive conhecimento por um colega que haverá cortes drásticos no metro. Tenho receio que a obra não seja feita. Vou questionar o presidente da Metro, porque esta obra é imprescindível. O que está lá não está bem", explicou o autarca Macedo Vieira, reiterando que a empreitada deveria ter ficado concluída no final de 2007.
Indignado está também o promotor de um prédio construído junto à estação: "Os proprietários do terreno assinaram um protocolo com a Metro e com a Câmara. Cediam terreno ao domínio público para a duplicação da linha e a Metro comprometia-se a construir um arruamento paralelo à linha, que serviria o prédio a construir", explicou Horário Costa, da Gabipóvoa, promotora do empreendimento composto por 15 apartamentos e quatro lojas.
De acordo com o documento, continuou, o arruamento ficaria concluído em Dezembro de 2007. O certo é que a Metro do Porto se apropriou do terreno para a duplicação da via, mas o prédio ficou concluído em Dezembro de 2009 e, do arruamento, até hoje, nada.
A 17 de Março, a Câmara acabou por emitir, finalmente, a licença de habitabilidade do prédio, mas, referiu Horário Costa, as vendas têm sido fracas e quem lá mora queixa-se de uma envolvente que nada tem a ver com o que comprou em planta.
"As pessoas adquiriram casa com um jardim à porta e uma rua de acesso. Neste momento, têm terra batida, lama, poeira e uma porta aberta directa para a linha de metro", explicou, acrescentando que o atraso na conclusão das obras tem dificultado as vendas. Já há descontos de 30 mil euros e até mais.
A empresa ABB chegou a montar estaleiro para a obra, há cerca de dois meses, mas os trabalhos nunca começaram.