O Douro mantém esperança de que a reativação do troço da linha ferroviária entre o Pocinho e Barca de Alva, encerrado em 1988, será uma realidade nos próximos anos.
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Esta esperança foi manifestada, esta quarta-feira, em Carrazeda e Ansiães, à margem de uma reunião da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte (CCDR-Norte) com a Comunidade Intermunicipal do Douro (CIM-Douro), durante o qual foi apresentado o estudo prévio desenvolvido pela Infraestruturas de Portugal.
"Estamos muito confortáveis porque sentimos que, pela primeira vez, está a ser feito trabalho", confessou o presidente da CIM-Douro, Luís Machado. "É um grande avanço. Há razões para termos confiança porque as coisas estão a avançar", sublinhou, por seu turno, o presidente da CCDR-Norte, António Cunha.
Mais de 500 milhões de euros
Na reunião foi feito o ponto de situação da execução (e prazos a cumprir) de programas como o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o Portugal 2030 e outros ligados à agricultura e à cultura.
António Cunha destacou que, no âmbito do PRR, os municípios durienses contam, atualmente, com "5500 projetos aprovados". Representam "um investimento de 331,5 milhões de euros". No quadro do Portugal 2030, foram aprovados "mais de 250 projetos", um investimento de "150,7 milhões de euros", apoiados com "95,1 milhões de euros de financiamento público". Ao abrigo do Norte 2030, foram aprovados "79 projetos, um investimento de 38,7 milhões de euros e financiamento público de 24,5 milhões de euros".
"Estes números confirmam o compromisso da CCDR-Norte com o desenvolvimento equilibrado do território, apostando fortemente na agricultura, na capacitação dos jovens agricultores e na competitividade da economia regional", sublinhou António Cunha.
"É muito dinheiro, mas o Douro merece mais", enfatizou Luís Machado. Acrescentou que "a grande dificuldade é arranjar mão de obra" e conseguir "empresas capacitadas para concretizar os projetos" e lamentou que haja "municípios que já abriram concursos por três e quatro vezes, que em média tenham aumentado cerca de 40% o custo dos projetos, e, mesmo assim, tenham ficado desertos".