Um restaurante em Vila do Conde construiu uma espécie de "aquário" em cima do jardim. A Câmara concordou, mas garante que a cobertura será "transparente e leve".
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A esplanada de um restaurante está a ocupar parte do jardim da Praça da República em Vila do Conde. A situação gerou um coro de críticas nas redes sociais, o movimento independente NAU criticou e Luís Vilela (ex-Chega) até foi à reunião de Câmara para questionar o presidente. Vítor Costa garante que ainda não está pronta e promete "uma solução arquitetónica compatível com o local". O resto é o preço a pagar pelo "desenvolvimento económico".
A estrutura começou a ser montada há cerca de um mês, depois de o restaurante "Le Villageois", ter mudado de mãos, mas o presidente garante que, embora esteja "licenciada pela Câmara", a esplanada ainda não está concluída.
"Havia ali duas esplanadas e o que se fez foi uni-las. Agora, é certo que o projeto não foi implementado da forma que estava prevista na proposta. Os serviços atuaram e vai ser reposta a situação que estava licenciada", explicou o edil.
A "não conformidade" prende-se, continuou a explicar, com a cobertura. O que estava previsto - "e terá que ser executado" -, frisa, "era uma solução mais transparente e leve", a fim de minimizar os impactos da estrutura na envolvente. Agora, "está a ser estudada a melhor solução arquitetónica, compatível com a nossa tradição e com aquilo que é um local nobre de Vila do Conde".
Perguntas na reunião
As primeiras críticas surgiram pela voz do movimento independente NAU, da ex-presidente da Câmara, Elisa Ferraz, através de uma publicação no facebook. Dias depois, foi Luís Vilela, o ex-candidato do Chega nas últimas Autárquicas, a levantar a questão na reunião do executivo.
"A dita esplanada não é mais que um aumento da área coberta e nada tem a ver com as esplanadas existentes na Praça da República", afirmou Luís Vilela, que acusa a autarquia de ter tratado "de forma diferente" os novos investidores, permitindo-lhe o que nunca permitiu a nenhum outro estabelecimento daquela praça.
"As pessoas que dizem mal são as mesmas que criticam por não se fazer nada. Não podemos querer que Vila do Conde tenha desenvolvimento económico e, depois, criticar tudo o que se faz", afirma Vítor Costa, em resposta às críticas que diz terem apenas "motivações políticas". Já quanto à NAU de Elisa Ferraz não deixa de se surpreender com as críticas aos impactos de uma esplanada por parte de quem licenciou o megaprojeto a nascer à entrada da cidade.
O autarca tem confiança nos serviços camarários e está convicto que, no final, "a solução será do agrado dos vilacondenses".
"Se queremos ter desenvolvimento e turismo temos que dar um abanão no marasmo em que Vila do Conde esteve mergulhada nos últimos anos", rematou ainda o presidente da Câmara.
Grupo Bodegão
O restaurante "Le Villageois" foi recentemente adquirido pelo grupo Bodegão, dono de 13 restaurantes, nos concelhos da Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Matosinhos, Gondomar, Gaia, Braga, Viana e Guimarães. O novo espaço abriu as portas a 13 de maio.
Todas iguais
Na Praça da República há sete esplanadas de outros tantos espaços, entre restaurantes, cafés e bares. Na rua do Cais das Lavandeiras, a situação repete-se. Todas são compostas por um estrado de madeira, colocado em lugares de estacionamento e nas mesmas medidas do dito lugar, vedado com um pequeno gradeamento branco. No caso do restaurante "Le Villageois", a esplanada é uma espécie de "aquário": uma estrutura em ferro, vidro a toda a volta e cobertura.