<p>A estação de caminho-de-ferro de Ovar não tem condições de conforto e, pior ainda, de segurança. É fria, não tem sala de espera e os acessos são tão poucos que as pessoas preferem atravessar as linhas a pé. Obras, essas, só em 2011.</p>
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As críticas são unânimes: na estação passa-se frio, não existe sala de espera digna, os cobertos não protegem da chuva, as casas de banho são más e não há acessos a nascente, o que leva muitos a fazer o caminho ao longo da via férrea. A única passagem entre as duas plataformas é tão distante que muitos preferem atravessar a linha a pé.
A estação de caminho-de-ferro de Ovar é vista como um ponto negro na cidade, isto apesar de ser uma das paragens na Linha do Norte entre Aveiro e o Porto onde mais pessoas embarcam. "Não se percebe que uma estação onde até param Intercidades tenha estas condições", critica Ana Razões, professora. "Quando chove, as pessoas são obrigadas a ficar dentro da estação, de pé, com os pés gelados porque o chão está sempre molhado", continua.
"E o pior é que não tem acessos de jeito, nem entre as duas plataformas, nem à zona nascente da estação", conta, por sua vez, Lígia Claro, de 27 anos. "E foi preciso uma amiga minha morrer aqui para a REFER tapar os acessos entre as ruínas das antigas oficinas da CP para evitar que as pessoas fizessem daquilo atalho para atravessar a pé. Ainda assim, há muitos que continuam a fazê-lo", faz notar.
As promessas de obras são velhas, e, há cerca de seis anos, até foi feito um estudo prévio, porém considerado pelo actual Governo como "megalómano". O projecto previa um novo edifício de passageiros integrado num complexo de comércio, serviços e habitação.
Segundo o presidente da Câmara, Manuel Oliveira, o projecto está a ser reajustado e deverá ficar pronto em meados do próximo mês. O projecto de execução deverá ficar concluído em 2010 e as obras, essas, só deverão começar em 2011.
Em vez de se construir uma nova estação, a actual será requalificada e provavelmente ampliada. Como está prevista a quadruplicação das linhas entre Ovar e Silvalde (Espinho), deverão existir três plataformas com acessos subterrâneos. Irão ser construídos dois parques de estacionamento, um a norte da estação e outro no espaço das ruínas das antigas oficinas da CP, a nascente. Haverá também uma passagem superior para peões, a sul da estação, e uma outra, inferior, a norte.