É um "laboratório no Atlântico" e permite transportar equipamentos até 60 milhas da costa para recolher dados.
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A missão é clara: levar a robótica até ao mar profundo e recolher dados. E está cumprida. Com um "laboratório no Atlântico", desenvolvido pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), todos os sistemas robóticos criados pelo próprio instituto para recolher dados sobre o fundo do mar têm transporte garantido até 60 milhas desde a costa portuguesa. A "âncora", inaugurada esta sexta-feira, está, por outro lado, instalada na marina do Porto de Leixões, em Leça da Palmeira, Matosinhos: uma oficina e um laboratório.
O investigador do INESC TEC, Paulo Mónica, explica: "Este ponto de apoio permite-nos, nas fases finais [das investigações], em que o equipamento deve estar junto à água para ser afinado, conseguir sediar os investigadores aqui. Têm aqui a oficina, o laboratório e podem trabalhar aqui e rapidamente fazer iterações [reprogramações] ao equipamento". Portanto, acrescenta Paulo Mónica, "o navio é um meio para testar a tecnologia".
Mantendo-se em permanência no mar, a embarcação tem uma autonomia de quatro dias. "A maior missão que fizemos foi de três semanas, mas viemos sempre a terra", esclarece o investigador. No interior do navio, com capacidade para acolher 12 pessoas (três tripulantes e nove investigadores), há um laboratório equipado para acompanhamento da recolha de dados, uma cozinha e zona para dormir.
"Enxames de veículos"
"A ideia de tudo isto é que o nosso mar é grande demais para conseguirmos fazer o levantamento de recursos que existe. A visão é a de enxames de veículos robóticos a fazer esse levantamento de dados, em transmissão permanente para uma base de dados central", clarifica.
Ou seja, aquilo que o navio "é capaz de fazer depende completamente e apenas do equipamento e da equipa de investigadores que vá a bordo", acrescenta Paulo Mónica. A embarcação já desempenha este papel há dois anos. "O objetivo é sermos completamente capazes, tecnologicamente, de suportar o esforço do Estado português em fazer o levantamento do nosso subsolo", afiança.