Estreia de "um possível musical" celebra Dia Mundial do Teatro em Viana do Castelo

Pela amostra do ensaio para a imprensa, realizada esta terça-feira à tarde, o público pode esperar (muita) comédia e música.

"Espero que o público se divirta tanto como nós nos divertimos a ensaiar. O espetáculo tem bastante humor e se o público se divertir, o teatro cumpriu a sua missão", disse bem humorado o ator e criador da peça, Fernando Gomes. "Este é sobretudo um espetáculo para dispor bem as pessoas e para elas saírem daqui bem dispostas e alegres. Nós já nos divertimos imenso todos e com o nosso Canário que é uma alegria", acrescentou.

A comédia musicada estreia na quinta-feira, às 21 horas, no Teatro Municipal Sá de Miranda, em Viana do Castelo. A sessão já se encontra esgotada, assim como algumas das apresentações até 13 de abril, última data em que estará em cena.

Fernando Gomes mantém a peça, com cerca de duas horas de duração, envolta num véu de indefinição. "Talvez venha a ser um possível musical, mas têm de vir ver para descobrir, senão lá vai a graça do espetáculo", disse, desvendando, contudo, que este contempla "duas histórias". A de um homem de Santa Leocádia de Geraz do Lima (Viana do Castelo) que "esteve na guerra, não perdeu a vida, mas perdeu a memória" e que "vai a um teatro falar com um encenador porque descobriu um diário de guerra escrito pela esposa [Maria da Luz] e acha que se vir algumas cenas do que ela escreveu, talvez consiga lembrar-se do que lhe aconteceu em África". E depois "as cenas passadas em África reinventadas pelo encenador", no palco e nos bastidores, ao longo dos ensaios do próprio espectáculo a que "querem dar o nome de Chaimite, mas os atores não sabem porque é que se chama assim". "Só no fim é que se descobre", indica Fernando Gomes.

O elenco é composto pelos atores Adriel Filipe, Alexandre Calçada, Augusto Canário ou Cândido Miranda, Elisabete Pinto, Fernando Gomes, Marta Bonito, Rafaela Sá, Ricardo Ferreira, Ricardo Simões, Sofia Bernardo e Tiago Fernandes. A música é original de Artur Guimarães, com direção coral de José Paulo Ribeira. Conta com a participação de Augusto Canário e o seu parceiro de cantares ao desafio e de concertina, Cândido Miranda.

Canário, que vai celebrar 65 anos no dia 7 de abril, em palco, durante a apresentação da peça, vai interpretar-se a si próprio, mas numa fase em que ainda não era conhecido amplamente pelo público. O artista mostrou-se satisfeito com a sua participação e "impressionado" com "o trabalho de muitas horas" dos atores da companhia residente de Viana do Castelo e de Fernando Gomes. Recordou ainda que o início da sua carreira, a tocar concertina, no inicio da década de 90, está também muito ligado ao Teatro do Noroeste-Centro Dramático de Viana. "Se hoje sou o Augusto Canário que sou, com um bocadinho de jeito, devo-o muito a esta companhia", afirmou, emocionando alguns dos presentes.