Meia centena de estudantes da Universidade de Coimbra estão, esta segunda-feira à noite, acampados em frente à Faculdade de Letras, numa ação de protesto para alertar para a situação do alojamento estudantil.
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Com oito tendas montadas em plena Alta Universitária, os estudantes admitem ficar toda a noite no local. "A ideia é ficar por aqui, fazer uma dinamização e trocar ideias entre nós", sublinha o presidente da Direção Geral da Associação Académica de Coimbra, João Pedro Caseiro.
O dirigente estudantil apela a que haja um aumento da oferta pública de residências e uma maior regulação do mercado de arrendamento.
"Coimbra tem 70% de estudantes deslocados e acaba por ser muito afetada com esta realidade, que tem piorado de ano para ano e de mês para mês", aponta, revelando ser "quase impossível" encontrar um quarto abaixo dos 250 euros mensais sem despesas, e quando há é em condições de grande precariedade, em termos habitacionais e de contratos.
"O que pedimos é que o Estado intervenha de forma direta, aumentando a oferta pública de camas, tanto em residências como no aproveitamento de parque público que está abandonado e em degradação em várias cidades do país", acusa.
A ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior reuniu recentemente com a Associação Académica de Coimbra, com o presidente a considerar que Elvira Fortunato está "desligada da realidade do mundo estudantil".
"Ela tem perceção que é a principal problemática dos estudantes, mas as soluções não são suficientes. São pensos para feridas que demoram a sarar. O que temos visto são apoios complementares que não vão ao cerne do problema, são apoios importantes para combater os problemas de forma momentânea, mas não resolvem os problemas reais. Os estudantes sofrem cada vez mais com o aumento do custo de vida e a habitação será o principal fator para condicionar a existência de estudantes deslocados", considera João Pedro Caseiro.