Estudantes de engenharia Aeroespacial prepararam-se para “voar alto” no Minho

Muitos dos alunos sonham com carreiras internacionais na área
Foto: Rui Manuel Fonseca / Global Imagens
Setenta e cinco alunos da Universidade do Minho (UMinho) tiveram “aula prática” com voos em aviões ultraleves sobre a região minhota e da Galiza. Muitos sonham com carreiras internacionais na área.
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Beatriz Cunha, de 19 anos, natural de Ponte de Lima, estudante de Engenharia Aeroespacial na UMinho foi a primeira de entre 75 colegas de curso a levantar voo, este sábado, num avião ultraleve, do aeródromo do Alto Minho. Estava “cheia de adrenalina” antes de entrar num dos aparelhos preparados para, ao longo do dia, levar os universitários para uma "aula prática" a sobrevoar a região atravessada pelo rio Minho.
“Vai ser a primeira vez e isto é sempre muita adrenalina, mas estou bem”, comentou Beatriz, que se confessa fascinada “por foguetões e pelo espaço, mais do que pela parte da aeronáutica”.
“Sempre gostei muito de física, da matemática e o gosto pelo espaço também foi um coisa que nasceu cedo. Sempre foi o que me fascinou mais, a partir mais ou menos do 7º ano, quando demos os planetas e assim. Foi juntar tudo e por isso [a escolha da] Engenharia Aeroespacial”, contou a jovem.
Beatriz admite que não quer sair do país, "mas trabalhar cá parece-me um bocado irrealista, por isso, provavelmente vou ter de sair”, confessa. Mas acrescentou: “Acho que a aeroespacial em Portugal está crescer e pode ser que um dia possamos trabalhar cá”.
Além de Beatriz, também José Seara, de 18 anos, natural de Famalicão, integrou o primeiro grupo de cinco estudantes a subir ao céu. Mostrava-se “mais ou menos ansioso, com borboletas na barriga”. “Estou positivo, mas se calhar vou sentir mais na hora quando começar a descolar do chão”, disse antes de embarcar.
Enquanto se dirigia para a sua estreia num ultraleve tal como a colega, explicou que escolheu seguir Engenharia Engenharia Aeroespacial “por causa da inovação, e de ser uma área que está muito fresca e tem muito por onde explorar. E também pela empregabilidade”. “O interesse pelo espaço sempre esteve presente na infância. Toda a gente tem essa ideia de querer voar e de ver estrelas, mas foi-se desenvolvendo, conforme fui sabendo mais, ao ver vídeos, filmes. A parte cultural acabou por influenciar esta escolha”, disse.
António Araújo, 19 anos, de Braga, não escondia “o nervoso miudinho” antes de voar num ultraligeiro pela primeira vez. “Sempre foi um interesse meu, a área da aviação. Também tinha na Medicina, mas acabei por me interessar mais pela Física e escolhi este curso. E para o futuro estou menos interessado no espaço e mais na aviação, militar se calhar. É um dos meus sonhos”, comentou.
Segundo Gustavo Dias, o diretor de curso, a maioria dos estudantes que participaram na “aula prática” no aeródromo de Cerval, em Vila Nova de Cerveira, “nunca tinha experimentado um ultraleve”.
“Esta é uma área de muita empregabilidade global e estamos a falar de alunos com as melhores médias nacionais. Quase todos têm interesse em carreiras internacionais”, notou, concluindo que “há um deficit muito significativo de engenheiros nesta indústria a nível global. A indústria europeia procura talento e provavelmente encontrará aqui. Estes alunos terão muitas oportunidades de voar mais alto e esperemos que sim”.

