Projeto “Can I help you?” integra cerca de 60 alunos de uma escola profissional. Inquéritos ajudam a medir impacto ambiental.
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Cerca de 60 estudantes da escola profissional Profitecla vão estar nas ruas do centro histórico de Braga, na semana que antecede a Páscoa, para dar orientações aos turistas, entregar rebuçados tradicionais típicos desta quadra e aplicar inquéritos que permitam recolher dados para o estudo de impacto ambiental que a organização da Semana Santa quer fazer.
Trata-se de mais uma edição do projeto “Can I help you?” [“Posso ajudar?”], que nasceu com o objetivo de colocar os alunos a interagir com os turistas sobre as celebrações e a cidade e que este ano assume duas novas dimensões: a entrega dos chamados “rebuçados do Senhor” – feitos na escola seguindo a receita tradicional – e a aplicação de questionários no âmbito de um estudo, que já havia sido anunciado, para conhecer a pegada ecológica do evento.
“Além da vertente de acolhimento e de informação que já existia, quisemos associar estes rebuçados tão típicos para não deixar que a tradição caia no esquecimento e aproveitar a presença dos alunos no terreno para a recolha de dados para o estudo de impacto ambiental que pretendemos fazer”, explicou esta quinta-feira o presidente da comissão organizadora da Semana Santa, cónego Avelino Amorim, em conferência de imprensa.
Durante o período do projeto, entre os dias 14 a 18 deste mês, os alunos do curso de turismo estarão devidamente identificados com um colete com a questão “Can I help you?” e terão um crachá com o nome e com os idiomas que falam – que podem ser português, inglês, espanhol, italiano e francês. “Essa é uma forma de facilitar o acesso por parte dos turistas”, precisou Susana Ferreira, professora da Profitecla, em declarações aos jornalistas.
Em simultâneo, um grupo de estudantes do curso de apoio à gestão ficará responsável pelos inquéritos, fazendo a recolha e tratamento dos dados, que serão posteriormente analisados pela “Mossgreen”, uma entidade de consultoria de sustentabilidade ambiental. Estão ainda alunos do curso de cozinha e pastelaria – na confeção dos rebuçados – e de comunicação.
Aplicar conhecimentos
Ana Vieira, Karol Landazabal e Giulia Danelli são três estudantes que vão fazer parte do projeto, que consideram que será, acima de tudo, uma forma de aplicarem em contexto prático os conhecimentos apreendidos na escola. Todas já participaram em edições anteriores e, em conversa com o JN, garantem que constitui uma mais-valia a vários níveis.
“No ano passado gostei muito da experiência. Lembro-me de um grupo de turistas britânicos que nos pediram ajuda porque estavam perdidos e não conseguiam perceber o mapa da cidade de Braga. Ficaram muito contentes depois de os termos orientado. Isso obrigou-me a falar bastante inglês, o que foi muito bom”, contou Ana Vieira ao JN.
Já a colombiana Karol Landazabal lembra que esta é habitualmente uma época em que há muitos espanhóis em Braga, o que lhe permitirá usar a sua língua materna para ajudar os visitantes a “descobrir” a cidade. “Adoro essa interação com outras pessoas”, garante. Também repetente no projeto é Giulia Danelli, filha de mãe brasileira e pai italiano, que fala quatro idiomas: português, inglês, espanhol e italiano.
“Além de podermos colocar em prática aquilo que aprendemos na escola, a oportunidade de poder falar com pessoas de diferentes lugares e de outras culturas é incrível”, vinca Giulia, que nasceu em Itália e sente-se “muito feliz” quando encontra turistas italianos. “Infelizmente, não há assim muitos”, conclui.