Estudantes temem que reintegração de professor despedido por assédio seja mensagem perigosa
Os estudantes do Instituto Politécnico do Porto (IPP) estão indignados com a reintegração de um professor que tinha sido despedido por suspeita de assédio, considerando que a decisão do Tribunal Central Administrativo Norte (TCA-Norte) constitui um "retrocesso".
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Num comunicado conjunto, as associações de estudantes do IPP exigem que a decisão seja reconsiderada e anulada, considerando que esta "envia uma mensagem perigosa sobre a tolerância para com comportamentos abusivos".
"Esta decisão [do tribunal] representa um retrocesso inaceitável nos princípios de segurança e respeito que devem reger qualquer instituição de ensino, particularmente uma de ensino superior, onde o ambiente académico deve ser pautado pela integridade e confiança mútua entre docentes e estudantes", lê-se no comunicado.
Na segunda-feira, foi tornado público que um professor despedido pelo IPP por assédio foi reintegrado por decisão do TCA-Norte, após este ter interposto uma providência cautelar, deliberação da qual o IPP já recorreu, divulgou a instituição.
"O entendimento do TCA-Norte não pode ser aceite por parte do Politécnico do Porto considerando os factos que foram dados como provados em sede de processo disciplinar, pelo que, no passado dia 18 de outubro, foi interposto recurso de revista junto do Supremo Tribunal Administrativo (STA)", referiu o IPP em resposta a questões colocadas pela Lusa.
Em causa está o facto de o Tribunal Central Administrativo Norte ter aceitado a providência cautelar requerida por um professor de Desporto da Escola Superior de Educação para travar o seu despedimento do Instituto Politécnico do Porto (IPP) por dar palmadas nas nádegas de alunas e tecer comentários sobre o corpo e a indumentária das estudantes.