Construção, exploração e desativação afetarão fauna, flora, água, património e paisagem.
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O estudo de impacto ambiental (EIA) da Central Fotovoltaica Flutuante de Cabril, realizado pela Sinambi para a Voltalia, vencedora do leilão, reconhece fragilidades no projeto, durante a construção, exploração e desativação do centro de produção de energia elétrica através do Sol, para injetar na rede pública. Contudo, prevê que poderá reduzir o consumo anual de gás natural em cerca de sete milhões de m2/ano, evitando a emissão de cerca de 14 962 toneladas de dióxido de carbono para a atmosfera.
Os danos identificados no EIA ocorrerão, sobretudo, na construção. “A destruição de vegetação, devido à desmatação, desarborização e escavações, para implantação das estruturas, e a circulação de veículos pesados, máquinas e embarcações poderão resultar na afetação da flora e da fauna”, lê-se no documento. Nuns casos, prevê-se que os danos sejam temporários e noutros permanentes.
Na fase de exploração da central, prevista para 25 a 30 anos, a Sinambi assume que os impactos negativos apresentam, na maioria dos casos, um caráter permanente, devido à ocupação de solos nos locais de implantação das estruturas terrestres, afetando a paisagem e causando “efeitos nefastos para a fauna, relacionados com a barreira à deslocação de peixes e efeito barreira para aves e quirópteros, e mortalidade”.
Quanto ao desmantelamento dos painéis solares, cuja duração prevista é de seis meses, calcula-se que apresente impactos semelhantes aos da fase de construção, mas com menor expressão. O EIA salienta o impacto positivo da remoção das estruturas e materiais associados, e da “adequada” recuperação paisagística.
O documento conclui, assim, que a central flutuante “suscita alguns cuidados, sobretudo ao nível dos sistemas ecológicos (fauna, flora, vegetação, ‘habitats’ e biodiversidade), património, paisagem e recursos hídricos”. Porém, defende que se podem adotar “medidas de minimização”.