Um estudo concluiu que atualmente “não há preocupações significativas para a saúde da população” de Covas do Barroso com os níveis de lítio na água e nos produtos agrícolas. Os autores do trabalho admitem, no entanto, que a futura expansão da mina pode alterar este cenário.
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“A investigação, realizada previamente à exploração na Mina de Barroso, em Boticas, refere que a estimativa da exposição ao lítio e o risco da ingestão através de alimentos cultivados não indicaram qualquer preocupação atual para a saúde da população”, lê-se num comunicado sobre o estudo “Níveis de base de lítio para avaliar a exposição futura e os riscos da atividade mineira de lítio”.
A pesquisa resulta de um trabalho do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e do Instituto Superior Técnico, em colaboração com a Egas Moniz School of Health and Science.
O estudo procurou caracterizar as concentrações de lítio nesta região através da recolha e análise de amostras de couve, batata, água potável e de rega e solo. As recolhas foram feitas entre maio e agosto de 2022, tendo começado quase quatro anos após o fim da primeira ronda de prospeções, que decorreu entre maio de 2017 e outubro de 2018, e 15 meses antes do reinício da segunda fase das sondagens, que ocorreu entre outubro de 2023 e maio de 2024. Atualmente decorre uma terceira fase dos trabalhos de prospeção, a mais alargada de todas.
Níveis dentro dos limites
“Os resultados obtidos demonstraram que os níveis de exposição da população ao lítio permanecem dentro dos limites considerados seguros, sem impacto expectável na saúde humana”, acrescentam.
A investigação concluiu que nenhum dos 28 participantes, 15 mulheres e 13 homens, com idades compreendidas entre os 15 e os 95 anos, ultrapassou a dose de referência provisória estabelecida pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA).
“Estes resultados indicam que, atualmente, não há preocupações significativas para a saúde da população local”, lê-se no comunicado.