A queda de um eucalipto com cerca de 25 metros de altura, ocorrida, ontem de manhã, na Rua Raimundo Rodrigues, em Esmoriz (Ovar), causou ferimentos de alguma gravidade num taxista e provocou danos em quatro viaturas.
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Eram 7.55 horas horas e o vento soprava com uma grande intensidade. Marisa Leite, funcionária da padaria "Pinhais de Esmoriz", na Rua Raimundo Rodrigues, estava de serviço na caixa, junto à porta, e tinha acabado de dar o troco a uma cliente habitual.
"Ela saiu e foi para o carro, um Fiat Uno, que tinha estacionado aqui em frente. De repente, ouviu-se um grande estrondo e o som de vidros a partirem-se. Um eucalipto, que existia aqui no passeio, tinha caído em cima do Fiat Uno, mas, felizmente, a senhora ficou bem", contou Marisa Leite.
O problema é que a situação não ficou por aí. A descer a rua, no sentido Nascente/Poente, vinha naquele momento Fernando Pinto Pereira, ao volante de um táxi. O eucalipto, de grande porte, esmagou praticamente o veículo e só por sorte é que Fernando Pereira sobreviveu. Sorte e reflexos rápidos, já que, ao que tudo indica, o taxista conseguiu, no último momento, reclinar o banco ficando quase deitado. Ainda assim, sofreu ferimentos de alguma gravidade na cabeça e num braço.
Enquanto isso, um outro carro, que subia a rua, neste caso um Renault Laguna, onde viajava um casal que levava a filha à escola, conseguiu escapar ao eucalipto, sendo, mesmo assim, como que chicoteado na traseira, o que lhe deu um enorme impulso para frente. "O homem teve de travar a fundo para não ir bater contra uma casa", explicou Marisa Leite.
A última "vítima" do eucalipto foi um camião, que também vinha a subir a rua, logo a seguir ao Renault, e que acabou por amparar a queda da árvore.
Chamados os Bombeiros Voluntários de Esmoriz, estes retiraram a árvore de cima dos veículos com a ajuda de uma grua. Feito isso, tiveram de recorrer ao material de desencarceramento para retirar Fernando Pereira do táxi que, apesar dos ferimentos, manteve-se sempre consciente. Finda a operação, transportaram-no para o Hospital S. Sebastião, em Santa Maria da Feira.
No local, depressa se fizeram ouvir críticas por parte de moradores contra a Junta de Esmoriz, que, diziam, havia sido alertada por diversas vezes da necessidade de abater aquela e outras árvores de grande porte ali existentes. Vozes às quais se juntou a da mulher do taxista, Adelina Pereira. "O nosso filho mais velho mora ali perto e há muito que temia que uma coisa destas acontecesse", lamentou.
O presidente da Junta, Alcides Alves, disse, por seu lado, nunca ter chegado aos seus ouvidos pedidos para abate de árvores, mas tão só para corte de rancos em risco de queda. "O que foi sempre feito, em colaboração com a Protecção Civil e os bombeiros, até porque a Junta não tem meios, nem a responsabilidade de o fazer", explicou.
Ao JN, José Américo, vereador responsável pela Protecção Civil disse que o caso vai ser analisado, e, se necessário, será accionado o seguro próprio para este tipo de situações. Adiantou também que, segundo um funcionário, as raízes da árvore foram cortadas, talvez numa obra recente, o que terá fragilizado o eucalipto.