O touro com mais de 400 quilos que percorreu as ruas e o areal de Ponte de Lima, ao final da tarde desta sexta-feira, em mais uma edição da secular Vaca das Cordas, deixou marcas em vários aventureiros que o desafiaram.
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O animal também não poupou alguns dos que queriam passar despercebidos. O certo é que, mesmo com mazelas no corpo, ninguém arredou pé.
Alfredo Vieira foi um dos primeiros a testar a fúria do touro. "Foi a primeira vez que levei uma marrada e foram logo quase uma dúzia. Andei vários metros a rasto. Pensei que ele não vinha para mim e, quando dei por ela, já era tarde", contou o homem de 40 anos, em tom animado, apesar dos ferimentos nos braços, nas pernas e na cabeça.
A esmagadora maioria que se coloca na linha da frente da provocação ao animal é do sexo masculino, mas também há mulheres, como é o caso de Vera Moreira. "Não há medo algum. Faço isto desde os 15 anos. Herdei o bichinho do meu pai e não perco esta festa", disse ao JN a jovem de 24 anos.
Nas ruas - zonas mais críticas -, o touro vai quase sempre agarrado por cordas, presas aos cornos, mas, no areal, junto ao rio Lima, o animal passa a maior parte do tempo solto e verificam-se neste espaço as principais investidas.
"Algumas pessoas não têm noção do perigo que enfrentam e magoam-se. Outros sabem e arriscam na mesma. Mas esta moldura humana é fantástica", frisou João Costa, um dos elementos que seguram as cordas.
Milhares de pessoas amontoaram-se na vila de Ponte de Lima para assistir ao secular espetáculo tauromáquico, principalmente na ponte romana e medieval.