Em 2015, a receita de 300 mil euros não dava para as despesas. Em 2024, chegará ao milhão, cobrindo os custos.
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Decorridos nove anos desde que passou das mãos da Associação Empresarial de Portugal (AEP) para a Câmara de Santa Maria da Feira, o Europarque ganhou um novo fôlego. A autarquia tirou o centro de congressos do “vermelho” financeiro e do marasmo cultural e devolveu os espaços exteriores à população.
Foi apelidado por muitos de “elefante branco”, “disparate” e “flop” quando, no início de 2015, ainda com gestão da AEP, não passava de um grande edifico degradado, quase obsoleto e com os imensos espaços exteriores verdes tomados pelas ervas e silvas, sem iluminação capaz e pouco frequentado.
A situação agudizou-se de tal forma, que o Estado, chamado a pagar dívidas no valor de 34 milhões de euros por incumprimento financeiro, retirou o Europarque da AEP e entregou-o, em fevereiro de 2015, à Câmara por um período de 50 anos.
Procurado pela população
“Foi um desafio brutal”, considera Paulo Sérgio Pais, administrador da empresa municipal Feira Viva, entidade a que foi delegada a gestão do Europarque. “Quando fomos para lá, uma das preocupações era que não roubassem o cobre dos beirais, os candeeiros e outras coisas”, recorda.
Paulo Sérgio lembra que as preocupações começaram pela parte de fora. “Era um local praticamente abandonado”, com a única casa de banho exterior “fechada”. Foi necessário “começar a minimizar os efeitos da degradação”, efetuando as primeiras intervenções de forma “gradual” nos diferentes espaços, como o auditório e salas de encontros empresariais.
Quase uma década depois, Paulo Sérgio dá exemplos do resultado dessas intervenções. “Em 2015, havia pouco mais de 50 eventos por ano. Agora são mais de 300. Começamos [em 2015] com receitas de 300 mil euros que não cobriam 50% da despesa. Atualmente já temos saldo positivo”. Revela que, em 2023, “a receita esteve perto de 900 mil euros, valor que deverá ser ultrapassado este ano, como mais de um milhão de euros de receita”.
Para além destes resultados operacionais, destaca a “apropriação do Europarque por parte da população”. Algo que é notório no elevado número de pessoas que frequentam diariamente os espaços exteriores para atividades físicas ou para usufruírem do serviço de restauração, considerado “uma mais-valia”.
Para o presidente da Câmara, trata-se de “uma aposta completamente ganha”. “O que era um equipamento moribundo, transformou-se num espaço liderante, com as receitas a cobrirem os custos de exploração”, assegura Amadeu Albergaria. O autarca sublinha o aumento dos eventos empresariais e culturais, e a procura dos espaços ao ar livre pelas famílias.