O Zoo de Lourosa e a Federação Ornitológica Nacional Portuguesa assinam nesta sexta-feira um protocolo de colaboração com vista à realização em Santa Maria da Feira, em 2025, de uma competição internacional com mais de 20 mil aves.
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Segundo a empresa municipal Feira Viva, que em Lourosa gere o único parque ornitológico português, a parceria antecipa a 72.ª edição do Campeonato Mundial de Ornitologia, que levará ao centro de congressos Europarque criadores de aves domésticas de 40 países.
"Vinte anos depois do primeiro campeonato mundial realizado em Santa Maria da Feira, esta competição vai regressar ao município de 24 a 26 de janeiro, para grande satisfação dos clubes e aficionados de ornitologia da região, e, em geral, de todo o público que aprecia aves", adiantou a empresa municipal. A organização do campeonato é partilhada entre a Federação Ornitológica Nacional Portuguesa e a Confederação Ornitológica Mundial, duas entidades atualmente presididas por Carlos Ramôa. O responsável defende que a realização do campeonato em solo luso constitui um sinal de "confiança" nas estruturas do país e "um reconhecimento da competência das instituições ornitológicas nacionais a todos os níveis, desde a hospitalidade até à organização".
Portugal na vanguarda da ornitologia
"Somos uma referência a nível mundial porque Portugal está na vanguarda da ornitologia em todos os aspetos", realçou Carlos Ramôa, explicando que "isso aplica-se tanto à criação e seleção dos animais quanto ao cumprimento das regras sanitárias e desportivas, e ainda à disponibilização de espaços e serviços que permitem que estes eventos atinjam os objetivos previstos".
Além de apoio especializado ao campeonato, o Zoo de Lourosa está já a preparar para os participantes do evento um programa de visitas guiadas técnicas ao parque, que acolhe atualmente cerca de 500 aves de 150 espécies, muitas das quais em risco de extinção. "Como o campeonato mundial tem um posicionamento específico neste segmento, o zoo será um espaço de partilha privilegiado para dar a conhecer o nosso trabalho a participantes de vários países", declarou à agência Lusa a diretora do espaço, Salomé Tavares.
Segundo a responsável, as pessoas que frequentam essa competição têm uma sensibilidade muito própria, querem conhecer mais sobre o mundo das aves. "E vamos familiarizá-las com a nossa missão no que diz respeito a estes animais e ao seu bem-estar", acrescentou.
Os campeonatos de ornitologia abrangem diferentes categorias competitivas, em que juízes especializados avaliam cada ave por aspetos como anatomia e porte, fisiologia híbrida, cor da plumagem, projeção canora, exotismo, etc..
Carlos Ramôa notou que acomodar todas as provas, participantes e júris de um evento desta magnitude implica "enormes exigências" ao nível logístico, pelo que, com exceção para o Grande Auditório do Europarque, o campeonato deverá absorver todos os espaços desse centro de congressos, estando ainda prevista a instalação de tendas de apoio nas áreas exteriores.
"As equipas de transporte dos animais e os juízes classificadores, bem como a organização nacional e internacional, permanecerão cerca de duas semanas no concelho, pelo que também esperamos que o evento seja um sucesso na perspetiva das estruturas turísticas de Santa Maria da Feira", referiu.