António Araújo Amorim, antigo autarca de Rio Frio, ainda está a recuperar do “susto de morte” que diz ter apanhado no domingo à tarde, quando um touro preto, sem um chifre e cego de um olho, lhe apareceu pela frente, quando fazia a habitual caminhada pela aldeia na companhia da mulher Laurinda.
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O animal enfurecido atingiu-o em cheio no peito e atirou-o por uma ribanceira abaixo. António, de 71 anos, ficou com duas costelas partidas e ferimentos num tornozelo, e a mulher, com 72, que o touro atirou ao chão ao colhê-la de raspão, sofreu escoriações no rosto.
O antigo presidente de junta (2013-2017) contou ao Jornal de Notícias que "viu a morte à frente", quando o animal surgiu a correr a grande velocidade e foi direto a ele. “É muito perigoso. Enfrentou-me. Vinha mesmo para me arrumar”, afirmou.
Para a atual presidente da junta, Andreia Pinto, o episódio que afetou o casal da terra acabou por ser a gota de água que fez transbordar o copo, já cheio com os “estragos” que animais errantes têm feito nas culturas em Rio Frio. Manifestou a sua revolta no domingo à noite na página oficial de Facebook da autarquia e, esta segunda-feira, reafirmou: “Foi um saturar de acontecimentos e em que ninguém faz nada. Deste tipo de incidentes foi a primeira vez, mas danos materiais elevados por entrarem nas propriedades e destruirem tudo, isso é recorrente”.
“Hortas e árvores de fruto, sobretudo, é uma coisa constante. E já assustaram muita gente”, relata, indicando que “há muitos animais à solta” na freguesia. “Ainda há dias estavam onze num campo, vacas, touros, tudo. Isto já é um número muito elevado. Já levei o assunto à assembleia municipal para ver se juntos resolvemos esta situação”, disse, lamentando: “Os animais tem dono e ninguém assume”.
O ex-autarca descreveu um domingo que começou com tranquilidade, mas que podia ter acabado em tragédia. “Almoçamos ao meio dia e descansamos até às quatro horas. Eu e a minha esposa saímos de casa para caminhar um bocado à frente da junta, mesmo no centro da freguesia, e numa curva vem um touro bravo, só com um corno, a toda a velocidade. Vinha a uma velocidade como se fosse um carro. Não tivemos tempo de mais nada, senão arrumarmo-nos para a beira da estrada, mas ele veio direto a nós e atirou comigo para um arribada. Mandou-me uma pancada no peito e fui por lá a baixo”, descreveu António Amorim.
"Também tocou na minha esposa, que caiu para o outro lado. Ficou com a cara e a testa toda esmurrada. Eu apanhei num tornozelo e fiquei com duas costelas partidas”, acrescentou. “Foi um susto mesmo. Podia-me ter matado”, desabafou, referindo que “por agora as caminhadas vão ficar de lado”.
A GNR esteve no local e tomou conta da ocorrência.