Ex-combatentes deixam as dores em casa para dar um pezinho de dança em Leiria
O número de sócios do núcleo de Leiria da Liga dos Combatentes que se tem juntado para dar um pezinho de dança com as mulheres tem vindo a aumentar de sessão para sessão. Nestes dias, as dores causadas pelos ferimentos na guerra colonial ficam em casa. O objetivo de combater o isolamento e socializar foi atingido.
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Às 10 em ponto, o grupo já estava a postos para iniciar a primeira sessão de dança. A seleção musical ficou a cargo de Daniela Cardoso, assistente social, e a escolha parece ter agradado a todos, a avaliar pela participação. Apenas dois ex-combatentes ficaram sentados a assistir. “Então, não deixaram as dores em casa?”, questionou a mulher de outro sócio, que nunca abandonou a “pista” de dança.
“Há um ou outro sentado, devido a problemas de mobilidade, mas a esposa está a dançar satisfeita”, observa Carlos Narciso, 58 anos, presidente do núcleo de Leiria. “Se se olhar para a expressão do marido, vê-se que está bem”, acrescenta. “Provavelmente, estariam fechados em casa, a ver para a televisão. Queremos que saiam da rotina do dia-a-dia”, explica. “A Liga presta apoio social e psicológico aos militares com stresse pós-traumático, mas o agregado familiar também é atingido”.