Os restantes autarcas do Executivo da união de freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, em comunicado, "demarcam-se de forma clara de quaisquer atos" praticados por Tiago Mayan Gonçalves enquanto presidente daquela Junta.
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Tiago Mayan Gonçalves demitiu-se da presidência da união de freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde esta quarta-feira, após ter sido confrontado pelo júri do Fundo de Apoio ao Associativismo Portuense com uma ata cujas assinaturas tinham sido falsificadas pelo autarca. A concelhia do PS do Porto já manifestou a sua "estupefação" perante o episódio e, ao final da manhã desta sexta-feira, os restantes elementos do Executivo da Junta, em comunicado, dizem demarcar-se "de forma clara de quaisquer atos que o atual presidente tenha praticado no exercício das suas funções e que estarão na base da sua demissão".
O Executivo daquela Junta diz ter sido informado das razões que levaram ao pedido de demissão do autarca "na noite de quarta-feira, do dia 6 de novembro", pelo próprio Tiago Mayan. "Antes dessa data, em nenhum momento os restantes elementos que compõem o executivo tiveram conhecimento direta ou indiretamente dos atos que estão na origem da demissão do atual presidente", esclarecem.
Numa nota, final, Ana Furtado, José Ramos, Laura Brito, Francisco Lourenço, Cláudia Bravo e Germano Castro Pinheiro dizem estar "unidos e determinados em dar continuidade ao trabalho até agora desenvolvido, fazendo tudo o que estiver ao seu alcance para merecer a confiança de quem os elegeu".
Verba máxima de 120 mil euros para cada freguesia
Em causa está o Fundo de Apoio ao Associativismo Portuense, que contemplava um valor global de 875 mil euros. Esse apoio é atribuído pelas juntas de freguesia às associações, tendo o Município do Porto destinado uma verba máxima de 120 mil euros a cada freguesia. Cada freguesia devia remeter o relatório final do júri até dia 30 de junho, para depois celebrar o contrato interadministrativo com o Município para a atribuição do apoio.
A união de freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde não cumpriu esse prazo e foi notificada pelo Município do Porto, no início de setembro, para enviar a documentação até ao dia 20 de setembro para aprovar os respetivos contratos. A celebração do acordo chegou a estar marcada para a reunião privada do Executivo de 30 de setembro, mas acabou por ser retirada, explica a Lusa.
O JN tentou contactar Tiago Mayan Gonçalves, mas sem sucesso.
