A expansão do heliporto de Arcos de Valdevez, inaugurada esta quinta-feira, vai reforçar a capacidade de combate a incêndios e resposta à emergência médica, este verão, no Norte de Portugal e Galiza.
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A base aérea foi alvo de um investimento de mais de 200 mil euros, numa nova pista de aterragem e área de estacionamento para helicópteros, depois de em 2023, ter sido ali construído um hangar, que custou cerca de um milhão de euros. O autarca local, João Esteves, anseia que em breve também possa acolher uma base de drones da Força Aérea.
Presente esta quinta feira em Arcos de Valdevez, na cerimónia inaugural, o diretor-geral de Emergências da Junta da Galiza, Santiago Villanueva, considerou aquele heliporto “importante e estratégico” para a eurorregião, numa altura em se prevê também a inauguração, em agosto, de mais uma nova base aérea na Galiza, construída em Ourense, perto da fronteira com Chaves.
“A Galiza e o Norte de Portugal partilham fronteiras e também emergências. Dispor de um centro no Norte de Portugal, como os que existem no sul da Galiza, permite uma operação e intercâmbio entre os dois territórios. A emergência não conhece fronteiras e, por isso, não reconhece se um dispositivo está em Portugal ou na Galiza”, afirmou Santiago Villanueva, considerando que, neste âmbito, “partilhar ações para prevenir e proteger a população é fabuloso”.
De acordo com o autarca, João Esteves, a obra agora inaugurada “aumenta a operacionalidade” e cria condições no heliporto “para ter três helicópteros a levantar ao mesmo tempo”.
“Temos condições neste momento de deslocar e poderem operar a partir de aqui, helicópteros mais pesados, como os Kamov ou da esquadra dos Black Hawk que está a ser montada, e que permitirá ter maior capacidade operacional, com um raio de ação de toda a região, distritos de Viana do Castelo, Braga e Vila Real, por causa do Parque Nacional da Peneda-Gerês, e ainda operar em colaboração como os nossos vizinhos da Galiza”, declarou, acrescentando: “Este é um centro verdadeiramente importante para o dispositivo de combate a incêndios florestais ou emergência médica, como ainda ontem [quarta-feira] tivemos aqui o caso de um helicóptero do INEM aterrar aqui”.
João Esteves reivindicou ao Secretário de Estado da Proteção Civil, Paulo Simões Ribeiro, convidado na inauguração, a instalação em Arcos de Valdevez, de drones da Força Aérea.
“Os drones permitem aumentar substancialmente a prevenção e coordenação, em caso de acidentes, mas permitem acima de tudo disponibilizar mais horas para os helicópetros poderem atuar no combate efetivo e real, e reduzir as operações logísticas ou de verificação [de ocorrências]”, justificou, adiantando que prevê a concretização de mais um investimento para “melhorar a operação noturna” e eventualmente preparar o heliporto para acolher operações com os drones.
Paulo Simões Ribeiro destacou que a expansão daquelas instalações, além de “ampliar a capacidade” de resposta ao combate a incêndios e emergência médica, também “abre possibilidades para o futuro”. E sublinhou o seu papel na fase Delta que decorre até 30 de setembro, para operar os 83 meios aéreos disponíveis a nível nacional, a que se juntam 14155 operacionais, mais 250 do que no ano transato, e três mil viaturas no terreno.
Esta quinta-feira, o governante entregou uma viatura de combate a incêndios aos bombeiros de Arcos de Valdevez. Trata-se de um das 81 que vão ser distribuídas por outras tantas corporações do país até ao final do verão.