Estudantes puseram mãos à obra para montar as estruturas do Queimódromo, epicentro das festas académicas que começam hoje à noite com a serenata. Todas as barraquinhas e divertimentos são obrigados a ter limitadores de som.
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Arranca hoje à noite com a serenata, em frente ao jardim da Cordoaria, aquela que, por tradição, é a semana "mais louca e divertida" da Academia do Porto, com a Queimas das Fitas. Depois de dois anos sem a celebração, por conta da pandemia, Ana Gabriela Cabilhas, presidente da Federação Académica do Porto (FAP), assegura que "foi feito um grande esforço para trazer um evento mais seguro, mais confortável e mais sustentável".
No Queimódromo, os estudantes que têm passado os últimos dias a montar as barraquinhas dizem que as "expectativas são altas". E que nem as "novas regras", que obrigam, por exemplo, a que todas as barraquinhas e divertimentos tenham limitadores sonoros, vão "estragar a festa".
"Faz sentido que assim seja, até porque o espaço diminuiu", referiu ao JN, Daniela Monteiro, presidente da Associação de Estudantes da Escola Superior de Saúde, referindo que contrataram "uma empresa responsável" para lhes tratar desse assunto.
Mas o tema não é unânime. Rodrigo Moutinho, 22 anos, aluno do Instituto Português de Administração de Marketing, é dos que consideram que "depois de dois anos complicados sem Queima das Fitas é natural que toda a gente tenha vontade de festejar"e, por isso, limitar o volume do som "é um bocadinho chato".
Seja como for, no Queimódromo andarão rondas não só da Comissão de Prevenção de Comportamentos de Risco, a fim de evitarem eventuais excessos no consumo de álcool, como a Comissão Ambiental a atestar que todos cumprem com o volume do som.
Esperados 200 mil
Mesmo em frente à barraca dos alunos do curso de Engenharia e Gestão Industrial da Faculdade de Engenharia - onde Inês Pereira, 21 anos, cumpre a heroica tarefa de pintar de traje académico vestido - , Daniel Pinto, presidente da Associação de Estudantes do Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto, está a ultimava pormenores. "Falta ainda afixar vários cinzeiros à volta da barraquinha", disse o estudante, "orgulhoso" da equipa de voluntários. "Quem corre por gosto não cansa!", observa.
E por falar em "cansaço", encontramos Eunice Almeida, 20 anos, Filipa Pereira, 22, e Mariana Pires", 21, sentadas no chão, junto à barraca, "a curtir um solzinho". "Já tenho a minha barraca pronta e ainda estive a ajudar a acabar a dos colegas do lado, de Ciências Farmacêuticas, por isso merecemos o descanso", resumiu Eunice.
Ainda assim, o título de "verdadeiro anfitrião" vai para Francisco Pandeiro, 20 anos, do curso de Física da Faculdade de Ciências: enquanto os colegas "davam o litro" a pintar a barraca, ele fazia pose para "mais uma foto", prometendo, em jeito de brincadeira, vender "muita água".
Segundo Ana Gabriela Cabilhas disse ao JN, "serão esperadas mais de 200 mil pessoas no Queimódromo ao longo da semana", sendo que "a próxima sexta-feira, em que atuará Kevinho, está quase a esgotar, com 40 mil pessoas".
Iniciativa
Alunos vão recolher bens para o projeto Somos Ucrânia
Nas atividades académicas diurnas, que vão decorrer na próxima semana - como o encontro de tunas ou o sarau cultural -, a Federação Académica do Porto (FAP) vai organizar recolhas de bens que serão doados ao projeto Somos Ucrânia, promovido pelos Municípios do Porto, Gaia e Matosinhos. O apelo de Francisco Almeida, responsável pelas atividades académicas da FAP, é que também sejam doados "vales de supermercado para que, quando for preciso, seja possível comprar bens perecíveis, como fruta ou vegetais".
Apontamentos
Operação na estrada
A PSP, articulada com a FAP, volta a montar a operação "100% cool" durante a Queima das Fitas do Porto. O intuito da operação é prevenir comportamentos de risco associados à condução sob o efeito de álcool. Os jovens que forem submetidos ao teste de alcoolemia e apresentarem uma taxa de zero gramas de álcool por litro de sangue ganham um bilhete para a noite do dia seguinte no Queimódromo.
Transportes
A STCP vai ter vaivéns gratuitos durante a Queima das Fitas, entre a Trindade/Hospital S. João e o Queimódromo. Também a Metro reforçará as linhas.