<p>Três explosões consecutivas de gás causaram, ontem, no centro histórico de Amarante, dois queimados graves,avultados danos materiais em dois restaurantes e pânico. O incêndio que se seguiu afectou um prédio contíguo, na altura sem ninguém.</p> <p> </p>
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Ninguém ainda sabe dizer, ao certo, o que esteve na origem das explosões. O que se sabe que é que elas partiram de um compartimento contíguo a dois restaurantes, Azevedo e Raposeira, localizados, no mesmo edifício,no Largo do Conselheiro António Cândido (Arquinho), em Amarante.
Nesse espaço estavam várias botijas de gás que abasteciam os estabelecimentos.
O primeiro a ser afectado foi o restaurante Azevedo. O proprietário, Joaquim Azevedo Mendes, 65 anos, era o ferido que mais cuidados inspirava cerca das 22.30 horas de ontem, com queimaduras de primeiro e segundo graus em 35% do corpo, sobretudo na cara, abdómen e mãos.
Está na Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital de S. João, Porto, para onde foi levado de helicóptero pelo INEM.
Quase em simultâneo, também o restaurante Raposeira era abalado pelas explosões. O dono, David Lopes Monteiro, 55 anos, é outro ferido grave, com queimaduras de primeiro e segundo graus na cabeça e braços. Também se encontra no S.João, para foi transportado de ambulância,mas o seu estado é considerado menos grave do que o de Joaquim.
Maria José, mulher de David, teve ontem necessidade de acompanhamento psicológico do INEM. “Foi tudo muito rápido”, contou ao JN. “Ouvimos o barulho e ele [o marido] foi logo a correr para desligar a garrafa de gás. Ainda gritei.Em vão. Ele voou pela cozinha dentro,” relatou, enquanto recebia assistência numa das ambulâncias.
Na altura do acidente só estava um cliente no restaurante Azevedo, os proprietários e empregados. Ontem, pelas 21.30 horas ainda não havia consenso quanto ao número de feridos ligeiros.
Os bombeiros diziam que eram quatro, fonte do hospital de Tâmega e Sousa afirmava que apenas sabia dos dois graves. O que se sabia, a haver ligeiros, terão sido levados por carros particulares. Daí a diferença nos dados.
Após as explosões, violentas e tão estrondosas que abalaram a cidade, seguiu-se um incêndio. O prédio vizinho ao dos restaurantes foi atingido pelas chamas. A dona, idosa, tia do futebolista do Benfica Nuno Gomes, está acamada, mas na altura estava em casa de familiares.
A pronta actuação dos bombeiros evitou que o incêndio se propagasse aos restantes edifícios, velhos, com materiais de fácil combustão.
A GNR passou a noite no local para fazer cumprir a o perímetro de segurança entretanto definido pela Protecção Civil Municipal que, entre hoje e amanhã, irá avaliar com rigor o risco de derrocada, salientou o vereador Hélder Ferreira.
Os Bombeiros Voluntários de Amarante tiveram, depois deste caso, um outro incêndio urbano ( num exaustor de uma casa) e um fogo florestal, em Fridão, que às 21.30 horas ainda estava por controlar.