A denúncia partiu do deputado do PCP na Assembleia da República Agostinho Lopes.
Corpo do artigo
A fábrica de extracção de óleo de bagaço de azeitona, no Cachão, que a Inspecção-Geral do Ambiente mandou encerrar, há dez meses, por falta de condições, está a laborar sem licença e a lançar material potencialmente poluente.
Depois de uma visita àquela aldeia, anteontem, o deputado constatou que a população continua confrontada com a poluição, nomeadamente "fumo e cinza" lançado pelas chaminés da fábrica, instalada no antigo complexo agro-industrial do Cachão, apesar de admitirem que a situação já não é tão grave após algumas obras efectuadas pela empresa. "O cheiro continua a ser insuportável, principalmente à noite" diz Bruno Fonseca, habitante local.
O deputado acusa as autoridades de saúde de não estarem a acompanhar um caso que "pode ser grave para a saúde das populações". Entretanto, o presidente do Município de Mirandela confirma que, caso esteja a laborar, "está a funcionar ilegalmente porque não deu entrada na autarquia qualquer pedido da empresa", afirma José Silvano.
Aliás, a autarquia já notificou a fábrica para a alertar dessa situação e que incorria numa coima de cerca de quatro mil euros. Mas, "a empresa respondeu que não estava a laborar e o assunto foi entregue ao Ministério Público", acrescenta o edil.
O deputado Agostinho Lopes considera grave que a situação não tenha sido analisada pelo Ministério da Saúde, nomeadamente, feita uma acção global de despistagem de toda a área envolvente, bem como o rastreio de habitantes e trabalhadores. Ninguém da empresa proprietária da fábrica em causa mostrou disponibilidade para comentar o assunto.