Em dois dias, a Loja do Ambiente, na Póvoa, recebeu 200 reclamações por causa dos elevados valores da factura da água. A conta foi propositadamente aumentada a 900 consumidores que não davam leituras há mais de seis meses, a fim de forçar o acerto.
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"As reclamações dizem respeito a pessoas que não deram as leituras em devido tempo ou não deram o acesso [aos fiscais] aos contadores. Foram cerca de 900 consumidores, cuja factura foi aumentada, este mês, por não terem leituras reais há mais de seis meses", explicou o presidente da Câmara da Póvoa, Macedo Vieira.
A questão foi levantada na reunião do Executivo, pelo socialista Renato Matos, que, perante as inúmeras queixas que diz ter recebido de aumentos "anormais" da factura, defendeu a criação de uma comissão de acompanhamento do tarifário da água, que entrou em vigor em Agosto.
"As pessoas não são obrigadas a pagar logo. Mal recebem a factura, se se dirigirem à Loja do Ambiente, marcamos de imediato uma visita ao contador, fazemos o acerto e corrigimos a factura, caso o valor não corresponda ao real", explicou o vereador do Ambiente, Aires Pereira, acrescentando que o aumento, aplicado a 900 consumidores, teve como objectivo forçar as pessoas a permitirem a leitura de contadores, no âmbito do programa de combate às perdas de água.
200 reclamaram e, garante, já foram marcadas vistorias ao contador para acerto. Por isso, defende que a comissão não é necessária e que a reavaliação do tarifário será feira "no fim do ano", após seis meses em vigor.
Macedo Vieira lembrou que, desde o início da "guerra às perdas", em Abril, têm sido detectados muitos casos de consumidores "que davam leituras erradas" ou que não abriam a porta "há meses". Agora, volvidos seis meses de fiscalização, a Câmara duplicou a factura dos que continuaram a não permitir contagens.
Ainda assim, diz Vieira, 200 reclamações "não é motivo para grandes preocupações", embora admita que a Loja do Cidadão registou, nos dois últimos dias da semana passada, um fluxo anormal de 300 pessoas por dia.
Segundo explicou, o movimento deveu-se ainda a um erro dos CTT, que fez com que, este mês, a factura chegasse aos munícipes apenas a dois dias do fim do prazo de pagamento. "Por isso, não iremos cobrar juros", garantiu.