Programa do Arcos Fado Fest junta Marco Rodrigues, com o seu último trabalho dedicado a Carlos do Carmo, a fadista Sara Correia, e diversos músicos do Minho. Evento decorre entre os dias 7 e 8 de junho, em Arcos de Valdevez.
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Os concertos vão acontecer na rua, nas margens do rio Vez, em dois palcos, de improviso e em 10 restaurantes, que se transformam em "casas de fado”. O evento decorre em simultâneo com um outro certame dedicado ao vinho verde, o Festivinhão.
“Vinho verde e fado combinam bem e, acima de tudo, [este festival] é uma homenagem ao fado, que é um dos grandes contributos que os portugueses deram ao mundo, ao património cultural mundial, e à nossa comunidade que está pelo mundo todo”, afirmou o presidente da Câmara de Arcos de Valdevez, João Esteves, durante a conferência de imprensa de apresentação do festival, esta terça-feira.
A iniciativa tem como curador o fadista Marco Rodrigues. Filho do cantor popular Carlos Rodrigues, o artista afirmou que o evento representa “a concretização de um sonho” e, em tom de brincadeira, que será “o segundo festival de fado do mundo” [além do que se realiza em Lisboa]. Explicou que o objetivo é fazer com que a vila minhota mergulhe, durante o festival, num ambiente típico “como se fosse um bairro lisboeta”, onde se sente o "cheiro a fado”.
“Gostaríamos de trazer para Arcos de Valdevez algo para que as pessoas percebessem o que é a textura e o viver à volta desta música, do fado. Poder haver restaurantes que se transformem em casas de fado, poder ver um Largo da Lapa que se transforma num espetáculo de fado intimista e abrir espaço para novos talentos, jovens, que sejam apaixonados por fado, mas que não têm a proximidade desejada”, afirmou Marco Rodrigues, considerando que “juntar vinho verde ao fado, quando esta é uma música urbana que está junto ao vinho maduro, pode ser uma ideia incrível”.
O fadista, natural de Arcos de Valdevez, indicou que o Arcos Fado Fest tem em conta “o gosto das pessoas do Norte pelo fado” e também “a proximidade com a Galiza”. “Todos os fins de semana temos casais e famílias inteiras de galegos que vão a casas de fado a Lisboa. São apaixonados pela cultura portuguesa e estão a 50 quilómetros daqui [da vila minhota]”, disse.
A fado começará a ser ouvido no dia 5 de junho, com um trio a cantar e a tocar nos restaurantes da vila, ao almoço e ao jantar.
O festival propriamente dito arranca dia 7, sexta-feira, em simultâneo com o Festivinhão. Começará com um concerto de guitarra portuguesa, segue-se o evento "Fado DJ”, de música eletrónica e fado, com DJ FreakJ, que promete deixar o pública a dançar “a "Mariquinhas" com batida”. Ainda no primeiro dia aturá Sara Carreia, que Marco Rodrigues considerou ser a melhor fadista da geração a que pertence.
Para o dia 8, sábado, estão programados espetáculos “de fadistas de nova geração e de fadistas de Arcos de Valdevez, um showcase de fado na zona urbana, no Largo da Lapa e Trasladário, novamente fado com música eletrónica em três momentos distintos e a apresentação de um livro que homenageia as gentes de Prozelo, em que o fado serviu de inspiração, da autoria de Marta Alves.
Ainda no segundo dia haverá fado estudantil e universitário e o concerto de Marco Rodrigues.
O vinho verde será protagonista com o Festivinhão, festival enoturístico de Arcos de Valdevez, que este ano decorrerá com um total de 21 expositores - 16 de vinho (Arcos de Valdevez, Ponte da Barca, Viana do Castelo, Valença e Monção), e cinco de produtos locais.