Falésias instáveis obrigam Câmara de Peniche a relocalizar marginal

A instabilidade das falésias marítimas obriga a Câmara de Peniche a relocalizar a Avenida Marginal Norte num investimento superior a seis milhões de euros. A atual via passará a ser um circuito pedonal e ciclovia e a nova avenida será construído num terreno afastado das arribas, mais para leste. A empreitada será dividida em duas fases. O estudo prévio, condicionado à realização de avaliação de impacte ambiental, já foi aprovado em reunião do Executivo. A discussão pública do estudo será aberta dentro de dias. 

“Estamos a prever um investimento de seis milhões de euros”, afirmou, à Lusa, o presidente Henrique Bertino, anunciando a existência de financiamento comunitário da Agência Portuguesa do Ambiente para o projeto. O autarca estima que será lançado o concurso público até ao final deste ano e  que a obra, a executar em duas fase, será concretizada nos próximos dois anos.

Na primeira fase, “é um traçado que prevê iluminação de toda a via desde a Rua 1 de Maio, ou seja, desde o reservatório de água da Papoa até ao Largo dos Remédios, com duas faixas, passeios, infraestruturas de água e saneamento”. Projeta-se, ainda, “o reaproveitamento da atual estrada para se fazer um grande calçadão à beira-mar para andar a pé ou de bicicleta”, continuando a tirar partido da paisagem, explicou o autarca.

Pareceres negativos

A proposta de traçado alternativo para a segunda fase da obra entre a Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar de Peniche e o Cabo Carvoeiro tem merecido pareceres negativos de algumas entidades por abranger a reserva ecológica nacional. 

Por esse motivo, o Município  decidiu dividir a empreitada em duas fases e avançar, para já, com a primeira. A autarquia terá de fazer a expropriações de cerca de meia dúzia de terrenos. Já em 2015, uma avaliação da Agência Portuguesa do Ambiente apontava para a existência de zonas de grande instabilidade nas falésias e recomendava a relocalização das marginal.