<p>A rua é estreita, sinuosa e não permite o cruzamento de duas viaturas. Com carros estacionados, a circulação é quase impossível. Mas é este o único acesso ao novo quartel do Bombeiros Voluntários de Vila Meã, Amarante, que temem pela prontidão do socorro. </p>
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Há um mês e meio nas novas instalações, a corporação alerta que, caso o problema não seja resolvido, a chegada do Verão pode tornar o cenário ainda pior. No entanto, a Câmara nega que a rapidez do socorro esteja em causa em virtude do atraso nos acessos.
O novo quartel representa um investimento de 1,5 milhões de euros. Foi construído de raiz, num meio de campos agrícolas, a cerca de 700 metros das antigas instalações dos bombeiros, que foram demolidas para que a Refer construa uma passagem desnivelada na linha férrea do Douro.
Aliás, foi essa a razão que obrigou os bombeiros a pegar nas trouxas e a ir para a casa nova, mesmo sem os acessos. No rol das contrapartidas para a corporação, além da indemnização, está o compromisso da Refer em prolongar a via desnivelada até ao novo quartel e, dali, até aos acessos ao nó de Castelões do IP9 (A4/A11). Só assim os bombeiros terão ligações rápidas e seguras à estrada que serve Vila Meã.
Falta acordo com proprietário
A Câmara de Amarante, que terá ficado encarregue de negociar os terreno para abertura da via, não conseguiu o acordo de um dos proprietários. E será este facto que estará a impedir a construção da nova rua.
Fonte da Direcção dos Voluntários de Vila Meã explicou, ao JN, que a Câmara tem alegado que não consegue chegar à fala com o dono do referido terreno. "Parece-nos demasiado tempo para este impasse", desabafou a fonte, fazendo notar que a primeira pedra do novo quartel já "foi lançada no dia 12 de Dezembro de 2005". O marco cravado no chão comprova a realização da cerimónia simbólica, há cinco anos.
Expropriação é hipótese
Em declarações ao JN, o presidente da Câmara de Amarante, Armindo Abreu, admitiu que não tem sido fácil a resolução do problema. "Estou neste momento a fazer uma minuta de uma carta para enviar a um dos proprietários para que responda à nossa proposta. Caso contrário terei que avançar para a expropriação", revelou o autarca.
Enquanto isso, o acesso ao novo quartel continua a ser feito pelo velho arruamento de servidão existente na localidade, por onde os camiões de combate a incêndio passam com muitas dificuldades.
Nas imediações do posto da GNR, abunda o estacionamento sem regra, o que dificulta ainda mais a circulação. "No Verão vai ser o diabo, levar toda esta gente por aí abaixo", atirou, ao JN, um dos voluntários.
Armindo Abreu não concorda. "Podemos pôr em causa é a localização do quartel. Agora os acessos, mesmo não sendo bons, não atrapalham o socorro às populações em devido tempo", afirmou o presidente da Autarquia.