Há pelo menos 10 anos que Jeni Maia, de 84, vive em sobressalto com a falta de limpeza do terreno ao lado da sua casa. Em 2019, após uma reportagem do JN, a parcela, na Rua de Augusto Simões, na Maia, foi limpa, mas desde então o mato voltou a crescer. E o receio de um incêndio regressou, tal como os muitos bichos que proliferam entre a vegetação.
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"Há vários anos que vou à Câmara com os meus vizinhos, preenchemos alguns papéis mas ninguém resolve nada nem contactam a dona do terreno", lamentou Jeni Maia. O JN contactou a Câmara da Maia, mas não obteve resposta em tempo útil. Também não conseguimos entrar em contacto com os proprietários do terreno, onde se encontra uma casa ao abandono.
Para ir ao jardim, Jeni usa galochas por ter medo da "bicharada que ali anda". Por mais de uma vez, os moradores encontraram cobras. E também há muitos ratos. De tal forma que Jeni, reticente quanto a usar veneno devido aos perigos inerentes, arranjou um cão para afugentar aqueles animais.
A idosa alerta para o risco de um incêndio num terreno onde abunda a vegetação. " Tenho ali atrás uns anexos com a mobília que era dos meus sogros. E se houver um fogo atinge a minha casa e a da minha vizinha", observou.
Jeni garante que tem tentado contactar os proprietários do terreno para que a situação não se agrave. Contudo, argumenta, as chamadas deixaram de ser atendidas. A moradora e a filha chegaram a ter uma audiência com o presidente da Câmara sobre o assunto, mas o problema continua sem solução, contou Jeni.
A habitação no terreno está ao abandono e à mercê do vandalismo. Já furtaram um portão, partiram as janelas e levaram o motor de um poço. A casa chegou a estar alugada e, nessa altura, não havia problemas.
Há três anos, a Câmara da Maia fez uma vistoria ao terreno na sequência das queixas dos moradores e notificou os proprietários para a necessidade de uma limpeza, que foi efetivamente feita. A Autarquia procedeu a uma desratização.