O presidente da associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar disse esta sexta-feira que as circunstâncias do naufrágio da embarcação "Virgem do Sameiro", nomeadamente a falta de um sistema de comunicação de emergência, "não podem passar impunes".
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José Festas exige que os técnicos da Direcção-Geral das Pescas expliquem porque retiraram do programa "Segurança é Viver" os rádio-balizas de localização dos barcos em situações de emergência.
"Isto não pode passar impune: nem os pescadores vão permitir, nem eu enquanto presidente da associação", prometeu o mestre.
O responsável anunciou ainda para terça-feira uma conferência de imprensa na qual serão abordadas as circunstâncias que levaram ao naufrágio e a polémica à volta destes sistemas de emergência.
Em declarações aos jornalistas junto às urgências do Hospital de Leiria, onde se encontram a recuperar os seis tripulantes hoje resgatados, José Festas, a pedido dos pescadores, solicitou à Comunicação Social que respeitasse "estes homens que viveram uma angústia muito forte".
O secretário de Estado do Mar, Manuel Pinto de Abreu, revelou esta sexta-feira que o Governo está à procura de linhas de financiamento para dotar as embarcações de pesca com sistemas de localização para situações de emergência.
O governante disse que, em 2009, o programa "Segurança é Viver" previa inicialmente uma verba de oito milhões de euros para suprir essa insuficiência, que seria garantida pelo projecto "Pró Mar". O problema, acrescentou, é que só estavam asseguradas metade dessas verbas.
Os seis tripulantes da embarcação de pesca 'Virgem do Sameiro' já se encontram no hospital de Santo André, em Leiria, depois de terem sido encontrados com vida a 12 milhas, cerca de 22 quilómetros, a noroeste do cabo Mondego.
O barco, registado na Póvoa de Varzim, estava desaparecido desde terça-feira e tinha reportado pela última vez a sua localização quando se encontrava a cerca de 16 milhas a oeste da Figueira da Foz.